Evergrande quer satisfazer credores estrangeiros com ativos domésticos

A Evergrande, que conta com 300 mil milhões de dólares em passivos, pretende começar a negociar os termos do plano de reestruturação no próximo mês.
Evergrande
Tyrone Siu/Reuters
Fábio Carvalho da Silva 17 de Novembro de 2022 às 12:17

O gigante imobiliário Evergrande quer recorrer a ativos domésticos para conseguir com que os credores internacionais aprovem uma proposta de reestruturação das dívidas da empresa, segundo duas fontes conhecedoras do assunto contactadas pela Reuters.

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A Evergrande, que conta com 300 mil milhões de dólares em passivos, pretende começar a negociar os termos do plano de reestruturação no próximo mês. Para cativar os credores titulares de obrigações denominadas em dólares, a companhia vai recorrer a este método.

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A empresa chinesa prepara-se para assinar acordos de confidencialidade com investidores obrigacionistas já este mês, de forma a poder sentar-se na mesa das negociações em dezembro, para que os termos dos acordos finais sejam concluídos no início de 2023.

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A grande dificuldade para o grupo será mesmo encontrar os ativos já que se comprometeu a satisfazer as dívidas para com credores locais com ativos domésticos, segundo informou uma fonte à agência canadiana.  

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Várias construtoras chinesas entraram em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada.

 

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No auge da época de ouro, os "players" do imobiliário chinês chegaram a realizar quatro emissões em dólares por semana, tendo se financiado com 83 mil milhões de dólares só em 2019, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

 

O gigante imobiliário Evergrande escreveu a primeira linha do último capítulo do setor. No início de 2020, o grupo – considerado como um dos que tinha maior liquidez entre os pares - emitiu seis mil milhões de dólares em obrigações. O próprio fundador da companhia Hui Ka Yan subscreveu 600 milhões de dólares.

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No entanto, no final desse ano, o regime de Xi Jinping começou a ver o elevado endividamento empresarial como um risco para a estabilidade financeira e os contínuos esforços para arrefecer o mercado imobiliário acabariam por resultar numa forte quebra da procura

 

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O aperto afetou particularmente os promotores sobreendividados, como a Evergrande, o que dificultou o acesso deste tipo de empresas a novas operações de financiamento.

 

Rapidamente vários projetos de construção ficaram parados, com protestos em mais de 100 de cidades que resultaram na recusa de pagamentos de empréstimos hipotecários por apartamentos inacabados. Em dezembro do ano passado, a companhia entrou em "default", estando atualmente no processo de restruturação, classificado pelos credores como "opaco".

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