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Benfica diz que divulgação dos e-mails internos afetou negócio de 85 milhões na China

O diretor do Benfica para a área comercial internacional, Bernardo Carvalho, associou hoje em tribunal a divulgação de e-mails internos do clube ao falhanço de um negócio na China que renderia aos 'encarnados' 85 milhões de euros em 20 anos.

Estádio da Luz Benfica
Estádio da Luz Benfica
08 de Março de 2019 às 15:01

Tratava-se um negócio de licenciamento da marca Benfica e "as coisas falharam" a partir do momento em que os e-mails foram divulgados, disse Bernardo Carvalho, que falava perante o juiz Paulo Duarte Teixeira, do Tribunal Central Cível do Porto, no segundo dia de julgamento da ação em que o clube lisboeta reclama 17,7 milhões de indemnização a empresas e figuras do universo do FC Porto pela divulgação de e-mails internos benfiquistas.

Também chamado a depor hoje, o presidente da Assembleia Geral 'encarnada', Luís Nazaré, destacou o "grande sentimento de devassa" sentido pelos sócios.

Num julgamento iniciado na quinta-feira, o primeiro testemunho foi o do diretor de comunicação do Benfica, Luís Bernardo, para quem o FC Porto quis associar os 'encarnados' a um "polvo como o Apito Dourado", ao divulgar e-mails internos do clube lisboeta.

O diretor de comunicação disse que a divulgação dos e-mails confidenciais, "de forma programada", obedeceu a uma "estratégia de desgaste" do Benfica, apoiada numa divulgação no Porto Canal, "sem contraditório", de e-mails "truncados e descontextualizados".

Também na quinta-feira, o atual treinador do Benfica B, Renato Paiva, disse que a divulgação de alguns e-mails com "informação privilegiada" sobre aspetos técnicos "fragilizou a coesão do balneário".

Já o diretor comercial e de marketing do Benfica, Miguel Bento, disse, entre outras alusões a prejuízos alegadamente causados ao modelo de negócios pela difusão dos e-mails confidenciais, que "deixou de ser feito" um negócio "de 500 mil euros, para três ou cinco anos", com empresa de serviços.

No processo em que é autora, a Sociedade Anónima Desportiva Sport Lisboa e Benfica -- Futebol corresponsabiliza por "danos de imagem" causados pela divulgação dos emails a homóloga do FC Porto, o presidente da SAD e do clube, Pinto da Costa, os administradores Fernando Gomes e Adelino Caldeira e o diretor de comunicação, Francisco J. Marques, além da FCP Média, empresa detentora da estação televisiva Porto Canal.

O Benfica alega que a divulgação dos emails lhe afetou a credibilidade, prejudicando os seus interesses comerciais e chegando a provocar a queda de cotação das ações da Sociedade Anónima Desportiva.

Já o FC Porto invoca que se limitou a divulgar informação de interesse público e alega que o correio eletrónico divulgado revela práticas deturpadoras da verdade desportiva.

Numa audiência prévia realizada em 20 de novembro do ano passado, em que se fixou o valor da causa, foi também admitida a reconvenção deduzida pela ré, pedindo uma indemnização cujo valor não foi divulgado.

O julgamento prossegue nos dias 28 e 29 de março. Na manhã do primeiro destes dias serão ouvidas ainda testemunhas do Benfica, segundo fonte oficial do clube, seguindo-se as arroladas pelo FC Porto.

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