42 líderes empresariais querem mudar Portugal
A associação Business Roundtable Portugal quer que o nosso país regresse ao top 15 em riqueza per capita na Europa. Para crescer mais defende a aposta na qualificação dos portugueses, por ganhos de escala no tecido empresarial e por um Estado facilitador da atividade económica.
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Alterar profundamente o ensino, promover ganhos de escala no tecido empresarial e ter no Estado um facilitador da atividade económica. A recém-criada associação Business Roundtable Portugal (BRP) já sabe quais as áreas em que são necessárias transformações para que o país cresça muito mais do que cresceu nas duas últimas décadas de forma a regressar ao top 15 dos países europeus em riqueza per capita. Mas quanto a propostas concretas não assume para já compromissos com um calendário. Apresentada oficialmente esta terça-feira, 22 de junho, a associação, que tem Vasco de Mello, "chairman" do grupo José de Mello, como primeiro presidente, reúne 42 líderes das maiores empresas privadas, "preocupados com a falta de crescimento do país". Segundo salientou o responsável, em termos acumulados, os associados da BRP tiveram em 2020 receitas de 82 mil milhões de euros, das quais cerca de 43 mil milhões obtidas fora de Portugal via exportações ou investimentos diretos, empregam mais de 382 mil trabalhadores, dos quais 207 mil em Portugal, pagam um salário médio "que é cerca de duas vezes o salário médio" pago pelo setor privado, e investiram mais de 6,8 mil milhões de euros. Vasco de Mello explicou que o atual momento, em que a pandemia irá ter consequências sociais e económicas com repercussões nos próximos anos, motivou estes empresários e gestores a criarem a nova associação que pretende contribuir para traçar um rumo do país para as próximas décadas. São três as macroáreas em que pretende intervir: as pessoas, com o foco na qualificação; as empresas, com o foco na revitalização, competitividade, inovação e ganhos de escala; e o Estado, enquanto facilitador da atividade económica, apontou no lançamento da associação, que tem "um caráter multifacetado, independente e apolítico". É que, sintetizou, "sem pessoas qualificadas não há empresas fortes, sem empresas mais fortes não há mais riqueza e qualidade de vida, e sem políticas públicas adequadas não há maior qualificação das pessoas nem empresas mais fortes". "Queremos um Portugal que cresça muito mais, onde as pequenas e médias empresas ambicionem a ser grandes e as grandes empresas a ser globais", afirmou.
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