Doze dígitos na conta bancária. É o número necessário para ser um centibilionário, ou seja, uma pessoa que tem uma fortuna pessoal avaliada em mais de 100 mil milhões de dólares. E, de acordo com a revista norte-americana Forbes, só existem 15 pessoas em todo o mundo que detêm este título - mais uma do que no ano passado. O grupo mais seleto do globo está cada vez mais rico, com as fortunas combinadas destes magnatas a ultrapassar os 2,4 biliões de dólares. Ou seja, 15% da riqueza de todos os bilionários do mundo. 

No topo da lista continua Elon Musk, que, apesar da turbulência que as ações da Tesla têm enfrentado desde o dia em que Donald Trump tomou posse, continua a assegurar uma distância bastante confortável em relação ao segundo lugar. O CEO da fabricante de veículos elétricos tem na Tesla e na SpaceX as suas duas maiores fontes de riqueza e chegou a tornar-se a primeira pessoa com uma fortuna pessoal superior a 400 mil milhões de dólares - mas, entretanto, os cofres do antigo aliado de Donald Trump desvalorizaram para cerca de 340 mil milhões.

Os suspeitos do costume - Mark Zuckerberg (líder da Meta) e Jeff Bezos (antigo CEO da Amazon) - completam o pódio das maiores fortunas mundiais, com os respetivos cofres avaliados em cerca de 215 mil milhões de dólares, enquanto Larry Ellison e Bernard Arnault figuram no top 5.

O diretor da Oracle, que faz parte dos grandes projetos de Trump avaliados em 500 mil milhões de dólares para criar infraestrutura de inteligência artificial, viu a sua fortuna crescer em mais de 50 mil milhões num só ano; ao passo que o CEO da LVHM perdeu o lugar de mais rico nesta lista da Forbes, num momento em que a sua empresa enfrenta "um ambiente económico e geopolítico difícil". 

A ascenção e o declínio do primeiro centibilionário 

Já Bill Gates, o primeiro centibilionário de que há registo, está cada vez mais perto de abandonar esta lista. O divórcio com Melinda Gates terá tido um impacto substancial nas contas do fundador da Microsoft (a Forbes estima 25 mil milhões de dólares), o que fez cair a fortuna do empreendedor no "rating" das mais valiosas, cifrando-se agora em 13.º lugar - o seu pior desempenho desde 1991. Foi com a bolha das dot.com que Gates conseguiu atingir o que, até então, a publicação norte-americana considerava "inatingível". 

A grande euforia do final do século passado em torno da internet levou a fortuna pessoal do magnata de 69 anos a ser a primeira a ultrapassar os 100 mil milhões de dólares - antes do rebentar da bolha tecnológica ter cortado a riqueza do milionário em quase metade. Foram necessárias quase duas décadas para um segundo nome tocar nesta marca histórica, quando Jeff Bezos viu a capitalização de mercado da Amazon ascender para um bilião de dólares e os seus cofres a serem avaliados em 100 mil milhões. 

Com o passar dos anos a lista tem vindo a crescer e a tornar-se cada vez mais de "fácil" acesso. Os centibilionários mais recentes são os três filhos de Sam Walton, fundador histórico da retalhista norte-americana Walmart, enquanto dois magnatas acabaram por perder o tão cobiçado título: o empresário indiano Mukesh Ambani e o mexicano Carlos Slim Helu.