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As ligações empresariais de Luís Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, foi chamado ao Parlamento em maio último para explicar os créditos contraídos junto do Novo Banco e que implicaram o registo de imparidades do banco elevadas.

luis filipe vieira benfica
luis filipe vieira benfica
07 de Julho de 2021 às 22:50
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Promovalor com créditos junto do novo banco

De acordo com o mecanismo de capital contingente, no seu arranque a dívida da Promovalor, de Luís Filipe Vieira, estava contabilizada em 368 milhões de euros, tendo, a 30 de junho de 2016, provisões associadas de 22 milhões de euros. Depois o registo de imparidades aumentou. A exposição do Novo Banco ao grupo de Luís Filipe Vieira era maior. Segundo a Deloitte, atingia no final de 2018 mais de 750 milhões, com perdas superiores a 220 milhões.

Novo banco transfere créditos

Os ativos que a Promovalor tinha em Portugal e Moçambique foram integrados no FIAE em dezembro de 2018 e os do Brasil no ano seguinte. Este fundo continua a ser detido, na maioria, pelo Novo Banco, mas a gestão cabe à C2, que tem Nuno Gaioso Ribeiro – que foi administrador do Benfica – como CEO. O fundo FIAE comprou créditos de 133,9 milhões ao Novo Banco, tendo, depois, obtido deste banco mais 12,2 milhões de euros de financiamento. Nuno Gaioso Ribeiro declarou, aliás, no Parlamento que o fundo não vai conseguir cumprir o plano de reembolsos previsto. Segundo noticiou o Expresso, o valor do fundo passou de 145 milhões em 2017, para 79 milhões em 2019.

problema de vieira salvo pelo rei dos frangos

Este é um tema que até está explicado no prospeto da emissão de obrigações que o Benfica está a levar a cabo. Luís Filipe Vieira e o filho Tiago Ferreira Vieira foram acionistas da Imosteps, devedora de 54 milhões de euros ao Novo Banco, de novembro de 2012 a dezembro de 2020. A dívida ao Novo Banco tinha aval de Luís Filipe Vieira. Os créditos foram vendidos, em 2020, pelo Novo Banco à Ares Lusitani com um desconto de 90% e, em agosto de 2020, acabaram novamente cedidos ao Portugal Restructuring Fund, gerido pela Iberis Semper, detido por José António dos Santos, o empresário da Valouro que, por isso, é mais conhecido como “rei dos frangos”. Este empresário é ainda o maior acionista individual da Benfica SAD. Luís Filipe Vieira vendeu, depois, as ações que detinha na Imosteps por um euro ao fundo de José António dos Santos, ficando sem responsabilidades sobre a empresa nem como avalista. Com a compra da dívida por parte da Iberis Semper, Luís Filipe Vieira livrou-se de ser executado pela Ares Lusitani.

Imosteps e o favor a salgado

A Imosteps, segundo contou Luís Filipe Vieira no Parlamento, era dona de um terreno no Brasil que pertencia à construtora Opway, então ligada ao Grupo Espírito Santo. E Vieira disse que era um problema “que ajudou a resolver” a pedido de Ricardo Salgado. Com isso, a Imosteps – que tinha um problema de licenciamento no Brasil – saiu da Opway e ficou com Luís Filipe Vieira e com financiamento do então BES. Com a queda do Banco Espírito Santo em 2014, foi o presidente do Benfica que ficou com o problema em mãos.

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