Auditoria apresenta Grupo Sporting em "falência técnica"
A auditoria independente às contas do Grupo Sporting, pedida pela actual direcção, liderada por Godinho Lopes, apresenta o universo empresarial dos "leões" em "falência técnica", apontando o futebol profissional como principal factor para os "resultados negativos crónicos".
"No período analisado, registou-se um agravamento de 194 milhões de euros (ME) atingindo as dívidas de financiamento o valor de 263 ME - o endividamento subiu para 276 ME, nele se incluindo os denominados VMOC (Valor Mobiliário Obrigatoriamente Convertível), contabilizados em capital próprio", lê-se no texto.
Os peritos, que se dedicaram às contas entre 01 de Agosto de 1998 e 26 de Março de 2011, ao longo dos mandatos dos presidentes José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco e José Eduardo Bettencourt, sublinham os "resultados líquidos negativos consolidados em quase todas as épocas".
"A margem bruta anual do futebol profissional tem o seu ponto crítico nos 45 milhões de euros, cerca de 33 ME acima do seu valor médio anual registado no período em análise da ordem dos 12 ME", destaca-se.
Um "défice crónico de tesouraria", de "quase 20 milhões de euros por ano", e o consequente "recurso a empréstimos" contribuíram para o "agravamento do passivo" em 230 ME, situação que originou custos adicionais em juros de financiamento de 115 ME.
A auditoria indica ainda o investimento em passes de jogadores e na construção do Complexo Alvalade XXI e da Academia de Alcochete como responsáveis para o défice em 81 milhões de euros e em 72 ME, respectivamente, tendo já em conta os juros anuais pagos.
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