Petróleo recua com possibilidade de novo aumento da OPEP+. Ouro abaixo dos 4 mil dólares
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta terça-feira.
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Juros aliviam ligeiramente na Zona Euro de olhos postos na Fed e BCE
Os juros das dívidas soberanas do bloco da moeda única europeia estão a aliviar, ainda que de forma modesta, esta terça-feira. Os investidores estão expectantes em relação às reuniões da Reserva Federal (Fed) dos EUA e do Banco Cental Europeu (BCE), que decorrem esta quarta e quinta-feira, respetivamente. O mercado antecipa que a Fed corte as taxas diretoras em 25 pontos base e que o BCE mantenha as taxas de referência nos níveis atuais.
Os juros das "bunds" alemãs, referência para a Europa, recuam 1,1 pontos base, para os 2,602%, enquanto em França a "yield" cede 0,6 pontos, para 3,407%.
Mais a sul, a rendibilidade da dívida portuguesa a 10 anos cai 0,5 pontos base para 2,979% e no país vizinho o alívio é de 0,6 pontos, para os 3,131%. A dívida italiana vê a taxa de juro baixar apenas 0,4 pontos, para 3,386%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas recuam 3,2 pontos base, até aos 4,368%.
Euro avança face ao dólar e iene inverte das quedas recentes
A moeda única europeia está a ganhar terreno perante a rival do outro lado do Atlântico, com o euro a valorizar 0,11%, para os 1,1658 dólares. A divisa europeia avança igualmente face à moeda britânica, com um ganho de 0,18%, até às 0,8747 libras esterlinas.
Na Ásia, a moeda japonesa conseguiu travar as quedas recentes, que a levaram para mínimos históricos face ao euro e franco suíço, após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o recém-nomeado ministro das Finanças japonês, Satsuki Katayama, terem discutido a volatilidade na taxa de câmbio entre os dois países.
Desta forma, o euro cede 0,47%, para os 177,19 ienes, enquanto o dólar recua 0,58%, para 151,99 ienes.
Ouro cai abaixo dos 4.000 dólares
O ouro está a cair mais de 1% esta manhã e está a negociar abaixo da fasquia dos 4.000 dólares por onça, numa altura em que as esperanças por um acordo comercial finalizado entre os EUA e a China dá alento aos ativos de risco, deixando os ativos seguros, como o ouro, para trás.
"O degelo das relações comerciais entre os EUA e a China puxou o tapete debaixo do preço do ouro, devido a um declínio nos fluxos de compra de ativos de refúgio", disse o analista da KCM Trade, Tim Waterer, à Reuters. E acrescentou: "Se Trump e Xi Jinping tiverem uma reunião produtiva sobre comércio esta semana, poderá fazer com que o ouro nade contra a corrente. Mas isso pode ser compensado se a Fed adotar um tom mais moderado, com o corte de juros esperado para esta semana".
O metal amarelo tomba 1,43% para 3.925,30 pontos para mínimos de três semanas, depois de ontem ter recuado 3,2%. Ainda assim, valoriza mais de 50% desde o início do ano.
O mercado olha ainda para as reuniões de política monetária da Reserva Federal dos EUA e do Banco Central Europeu esta semana. Enquanto é esperado que o primeiro banco central corte os juros em 25 pontos-base, o segundo deverá mantê-los inalterados pela segunda vez seguida. Com estas decisões já incorporadas, os investidores vão estar à procura de pistas sobre as decisões futuras nas palavras dos presidentes, Jerome Powell e Christine Lagarde, respetivamente.
"Enquanto o ouro continua a atingir mínimos cada vez mais baixos e os volumes de futuros continuam elevados nos dias de queda, é difícil prever o fundo do poço", afirmou Chris Weston, da Pepperstone, citada pela Bloomberg.
Esta segunda-feira, o Citi reviu em baixa as suas metas de preços de curto prazo para ouro e prata: no caso do metal amarelo aponta agora para os 3.800 dólares por onça, face aos 4.000 apontados anteriormente; já para a prata cortou de 55 dólares para 42 dólares por onça.
Petróleo recua com possibilidade de novo aumento da OPEP+
Os preços do petróleo estão a cair ligeiramente esta terça-feira, já que o plano da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de aumentar a produção em dezembro - decisão que deverá ser tomada na nova reunião deste fim-de-semana -, compensou o otimismo sobre um possível acordo comercial entre EUA e China, enquanto os investidores também avaliam a eficácia das sanções dos EUA aos produtores de crude russos.
O WTI, que serve de referência para os EUA, perde 0,2% para 61,19 dólares por barril, enquanto o Brent, de referência para o bloco europeu, recua 0,21% para 65,49 dólares por barril.
As sanções dos EUA contra as maiores empresas petrolíferas da Rússia elevaram o preço do petróleo bruto na semana passada. Fontes da Casa Branca disseram à Bloomberg que o plano do Governo é tornar o comércio da Rússia mais caro e arriscado, mas sem aumentar os preços. Algumas empresas estatais chinesas já cancelaram as compras de "ouro negro" transportado por Moscovo, enquanto refinarias da Índia disseram que iam reduzir os fluxos.
As sanções “marcam uma mudança clara na narrativa do petróleo: da ansiedade pelo excedente ao risco de interrupção”, disse Charu Chanana, da Saxo Markets, à Bloomberg. “Ainda assim, a menos que as sanções sejam mais severas ou que os abastecimentos alternativos não consigam preencher a lacuna, o mercado em geral pode tratar isso como um prémio geopolítico de curto prazo, em vez de um catalisador de subidas sustentáveis", acrescentou.
Os investidores também estão a acompanhar os desenvolvimentos do acordo comercial entre os EUA e a China, com o presidente Donald Trump e o seu homólogo chinês Xi Jinping a reunirem-se numa cimeira naquinta-feira, depois de os negociadores terem aberto caminho para um acordo durante o fim-de-semana. O Presidente dos EUA disse que poderá levantar a questão das importações de petróleo russo com Xi, dado que a China é um dos maiores importadores da matéria-prima russa.
O petróleo caminha para a terceira perda mensal consecutiva, com as preocupações com o excedente a pesar sobre os preços, com a OPEP+ e as perfuradoras rivais a aumentarem a produção.
"Rally" mundial de ações sofre travão. Ásia recua à espera de acordo
O "rally" mundial registado na sessão anterior parece hoje sofrer um travão, numa altura em que os investidores parecem estar mais cautelosos perante os resultados das "megacaps" durante a semana, bem como as decisões de política monetária da Reserva Federal esta quarta-feira e do Banco Central Europeu, no dia seguinte. O banco central norte-americano deverá cortar as taxas de juro em 25 pontos-base, mas o europeu deverá manter as taxas inalteradas pela segunda vez consecutiva.
O índice que agrega as principais bolsas asiáticas tombou 0,5%. No Japão, o Topix cai 1,18% para 3.285,87 pontos e o Nikkei 225 perde 0,58% para 50.219,18 pontos, numa sessão em que o iene também perde face ao dólar. Na China, o Shanghai Composite cedeu 0,22% para 3.988,22 pontos e o Hang Seng, em Hong Kong, perdeu 0,61% para 29.273,72 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,8% para 4.010,41 pontos.
Na segunda-feira, as bolsas mundiais atingiram um novo recorde, à boleia do acordo comercial "preliminar" assinado entre as duas maiores economias do mundo - os EUA e a China. Na quinta-feira, Donald Trump e Xi Jinping vão encontrar-se numa cimeira na Coreia do Sul, onde, ao que tudo aponta, deverão finalizar os detalhes deste acordo, que deverá envolver questões como as tarifas e a retoma da compra de soja norte-americana pela economia chinesa.
"O que esperamos é algum acordo com números concretos", afirmou Lorraine Tan, da Morningstar, numa entrevista à Bloomberg TV. "Continuamos céticos quanto ao facto de que esperamos riscos elevados decorrentes das tarifas e da geopolítica - não há como escapar disso", acrescentou.
A diminuição das tensões comerciais ajudou a impulsionar uma recuperação do mercado de ações. Ao mesmo tempo, as empresas americanas saíram, até agora, praticamente ilesas das tarifas, já que protegeram as margens através de aumentos de preços e cortes de custos.
Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 500 caem 0,1%.
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