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BBVA diz que enfrenta futuro "com confiança" após fracasso de OPA ao Sabadell

O BBVA não conseguiu levar a bom porto a OPA sobre o banco catalão Sabadell, não alcançando sequer 26% do capital da instituição financeira, disse hoje a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha.

BBVA avança com OPA sobre o Sabadell após 'luz verde' do regulador espanhol
BBVA avança com OPA sobre o Sabadell após 'luz verde' do regulador espanhol David de Haro / Europa Press / AP
16 de Outubro de 2025 às 21:31

O presidente do BBVA, Carlos Torres, disse esta quinta-feira que o banco olha para o futuro "com confiança e entusiasmo", depois do fracasso da oferta pública de aquisição (OPA) hostil que lançou ao Sabadell.

Numa declaração enviada aos meios de comunicação social, Carlos Torres agradece aos acionistas do Sabadell que apoiaram a fusão dos dois bancos espanhóis e aos do BBVA pelo "apoio constante" neste processo, que teve hoje desfecho, quase um ano e meio depois de ter sido anunciada a OPA.

Carlos Torres agradeceu também à equipa do BBVA "o grande trabalho realizado" neste período.

"Contamos com um banco no seu melhor momento, uma equipa comprometida e um plano de ação claro para continuar a crescer e criar valor para os nossos acionistas, os clientes e a sociedade", acrescentou o presidente do BBVA.

Carlos Torres disse que o plano estratégico e os objetivos do banco basco anunciados em julho para o período 2025-2028 se mantêm e que o BBVA continuará "à frente da banca europeia em crescimento e rentabilidade".

O banco espera conseguir lucros de aproximadamente 48 mil milhões de euros e destinar 36 mil milhões para retribuição a acionistas, segundo as metas anunciadas em julho.

De forma imediata, o BBVA vai acelerar essa retribuição e em 31 de outubro iniciará a recompra de ações pendentes no valor de mil milhões de euros. Em 07 de novembro pagará o maior dividendo da sua história, de 32 cêntimos por ação, num total de 18 mil milhões de euros.

"E assim que houver aprovação do Banco Central Europeu poremos em marcha um significativo programa adicional de recompra de ações", acrescentou Carlos Torres.

O BBVA não conseguiu levar a bom porto a OPA sobre o banco catalão Sabadell, não alcançando sequer 26% do capital da instituição financeira, disse hoje a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha.

O banco basco BBVA conseguiu 25,47% do capital do Sabadell, muito longe do objetivo inicial de 50%, que lhe teria dado o controlo do banco catalão.

A OPA estava formalmente em curso desde 08 de setembro, com uma proposta do BBVA de uma ação sua por cada 4,8376 ações do Sabadell, avaliando cada ação catalã em 3,39 euros --- o valor mais alto em mais de uma década.

A operação, integralmente em ações, teria sido fiscalmente neutra para acionistas com mais-valias se a adesão superasse os 50% dos direitos de voto.

O banco basco havia definido como requisito mínimo obter 50% do capital do Sabadell.

Caso conseguisse entre 30% e 50%, poderia manter a participação, mas seria obrigado a lançar uma segunda OPA totalmente em dinheiro --- ao contrário da atual, que propunha apenas a troca de ações.

Qualquer participação abaixo de 30% significaria o fracasso total da oferta, como agora se confirmou.

A tentativa de fusão do BBVA com o Sabadell visava criar um dos maiores bancos europeus, com cerca de um bilião de euros em ativos, mais de 135 mil trabalhadores no mundo (incluindo 19.213 do Sabadell) e mais de 7.000 agências. A nova entidade teria superado o CaixaBank (proprietário do BPI) em ativos, tornando-se o segundo maior banco de Espanha, atrás apenas do Santander.

Desde o lançamento da OPA, em maio de 2024, o processo enfrentou várias dificuldades regulatórias.

O regulador do mercado aprovou a operação apenas em abril deste ano, e o Governo espanhol condicionou a fusão à manutenção separada das personalidades jurídicas, patrimónios e gestões de ambos os bancos durante três anos, com possibilidade de prolongamento por mais dois.

Bruxelas abriu um processo de infração devido à legislação que permitiu ao Governo impor essas condições.

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