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BES com prejuízos de 108,8 milhões de euros em 2011 (act2)

Banco liderado por Ricardo Salgado obteve um resultado líquido negativo de 108,8 milhões de euros no ano passado, mais do que os analistas estavam à espera.

03 de Fevereiro de 2012 às 16:59

Os resultados líquidos negativos de 2011 comparam com lucros de 556,9 milhões de euros obtidos no exercício anterior. Os analistas contactados pela Lusa apontavam para que o BES obtivesse prejuízos de 23 milhões de euros no ano passado.

Em comunicado o BES destaca que “o exercício de 2011 foi marcado pelo início da execução do programa de ajustamento financeiro e pela adopção de fortes medidas de austeridade que se reflectiram na deterioração da actividade económica em Portugal”.

O banco foi penalizado sobretudo pelo reforço das provisões para fazer face a perdas potenciais com dívida soberana em carteira e com o crédito de cobrança duvidosa. As provisões totais totalizaram 848,3 milhões de euros, uma subida de 59% face ao registado no ano anterior.

As provisões de crédito foram reforçadas em 70,7% para 600,6 milhões de euros, sendo que o valor em saldo atingiu 2,2 mil milhões de euros. Segundo o BES, deste reforço de provisões para crédito, 42,7 milhões de euros resultaram do programa especial de inspecções (SIP), valor inferior ao divulgado relativo a Junho de 2011 de 125 milhões de euros.

A deterioração das condições da economia portuguesa, com as famílias a serem afectadas pelas medidas de austeridade, provocou uma forte subida no crédito malparado em Portugal. No caso do BES, o rácio do crédito vencido há mais de 90 dias subiu de 1,95% no final de 2010 para 2,74% no fim do ano passado, sendo que o rácio de cobertura por provisões baixou de 173% para 154,5%.

As provisões líquidas para títulos desceram 4,2% para 73,3 milhões de euros e as outras provisões subiram 65,7% para 174,4 milhões de euros.

Também a penalizar as contas do banco esteve a transferência dos fundos de pensões para a Segurança Social, que resultaram num prejuízo de 107 milhões de euros para o banco.

Além disso o BES Vida registou perdas de investimento de 193,3 milhões de euros e o banco apurou perdas de 78 milhões de euros na venda de créditos internacionais, “necessários para simultaneamente continuar a conceder crédito a empresas portuguesas e cumprir com o programa de deleverage”.

Lucro de 160 milhões na actividade internacional

A limitar as perdas do grupo bancário esteve a actividade internacional, com o BES a apurar ganhos de 160,8 milhões de euros no negócio fora de Portugal. Na actividade doméstica o banco obteve prejuízos de 108,8 milhões de euros, devido ao “registo de encargos extraordinários e o reforço de provisões”.

Ao nível operacional, o BES apresentou uma queda de 18,9% no produto bancário comercial, enquanto o resultado bruto baixou 35,9% para 821 milhões de euros.

Os custos operacionais estagnaram, com a redução de 5,5% na actividade doméstica a compensar a subida de 18,7% nas novas unidades internacionais.

Rácios melhoram

O BES conseguiu reforçar o rácio Core Tier One para 9,2% no final de 2011, contra 7,9% no final de 2010, pelo que o banco cumpriu assim o determinado pelos reguladores, que passava por alcançar um rácio acima de 9%.

O BES destaca ainda que melhorou o rácio de crédito sobre depósitos para 141% em 2011, contra 165% em 2010. Os depósitos de clientes subiram 11% para 34,2 mil m milhões de euros e a carteira de crédito caiu 2,7%.

O BES tem uma exposição ao BCE de 8,7 mil milhões de euros, detendo nesta altura títulos no valor de 15,1 mil milhões de euros para obter financiamento junto da autoridade monetária.

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