Governo escolhe venda directa dos CTT para potenciar "retorno financeiro"
O Governo justificou, em Diário da República, a opção pela venda directa da participação de 31,5% dos CTT com a possibilidade de potenciar o "retorno financeiro" e "mitigar os efeitos da volatilidade" dos mercados. A ministra das Finanças decidiu esta tarde a venda acelerada da fatia remanescente dos correios nacionais.
A opção do Governo português pela venda directa dos CTT a investidores institucionais justifica-se com a tentativa de maximizar o "retorno financeiro" da operação e de "mitigar os efeitos de volatilidade" inerentes ao comportamento dos mercados. A justificação do Executivo consta da Resolução do Conselho de Ministros nº54-A/2014, publicada esta quinta-feira em Diário da República.
Na resolução do Conselho de Ministros não consta ainda a decisão, comunicada esta tarde pelo Governo, através da Parpública, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), de que a venda da fatia de 31,5% que ainda continuam nas mãos do Estado português será feita com recurso a um processo de "accelerated bookbuilding".
No entanto, explica-se a opção pela venda directa a institucionais, tendo em vista a "dispersão das acções por investidores qualificados, nacionais ou internacionais", por se ter considerado que "nas actuais condições de mercado, a opção por esta modalidade pode potenciar o retorno financeiro para o Estado e beneficiar a empresa e o mercado".
No entender do Executivo esta opção "reforça os instrumentos ao dispor do Governo para aproveitar da melhor forma as condições de mercado favoráveis".
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, anunciou na conferência de imprensa que se seguiu ao final do encontro semanal dos membros do Governo, que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha ficado mandatada para decidir "o momento mais adequado" e "as melhores condições de mercado" para concretizar a venda dos remanescentes 31,5%.
Em Diário da República, o Executivo antecipava que a decisão de venda, ou não, acelerada teria de ser alvo de "uma avaliação concreta mais perto do momento da execução". O momento parece ter chegado rápido, sendo que a Bloomberg avança entretanto que a procura pelas acções já atingiu o número de títulos disponíveis.
Em relação ao caderno de encargos relativo à segunda fase do processo de privatização dos CTT, consta também a informação de que "o preço unitário de venda das acções tem em conta as intenções de investimento recolhidas junto de investidores qualificados, nacionais e internacionais".
De acordo com a Bloomberg, a alienação dos títulos dos serviços postais portugueses será concretizada por um valor entre os 7,19 euros e os 7,50 euros. Trata-se de um preço abaixo dos 7,81 euros por acção que foi o valor de fecho das acções dos CTT na sessão desta quinta-feira.
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