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Metade aponta burocracia como grande obstáculo. Acima da média da UE

Quase metade das empresas portuguesas indica que a burocracia e a legislação laboral continuam a ser barreiras ao investimento, muito acima da média da União Europeia (UE).

Pedro Elias
29 de Maio de 2025 às 10:00

Os dados constam de um recente inquérito do Banco Europeu de Investimento (BEI) realizado entre abril e julho do ano passado a 482 empresas nacionais e divulgado no passado mês de fevereiro. Os resultados mostram que, no que toca às barreiras ao investimento, "mais de quatro em cada cinco referem a incerteza quanto ao futuro, a disponibilidade de pessoal qualificado, os regulamentos empresariais e os custos energéticos como obstáculos."

As empresas foram questionadas sobre se o seu principal produto está sujeito a requisitos regulamentares e normas diferenciadas (por exemplo, proteção do consumidor, normas de saúde e segurança, normas ambientais para produtos) entre os países da UE. A maioria (69%), das exportadoras portuguesas, refere o estudo, "indica que tem de cumprir diferentes normas e regras de proteção do consumidor nos vários Estados-membros da UE, um valor superior à média da UE (60%)."

34%Regulamentação 
34% das PME indicam que mais de 10% do pessoal está dedicado ao cumprimento de requisitos regulamentares e elaboração de relatórios.

O inquérito também pediu aos gestores que indicassem o número de funcionários dedicados ao cumprimento de requisitos e normas regulamentares. "No total, 93% das empresas portuguesas empregam pessoal para garantir a conformidade regulamentar", indica o estudo do BEI. "O peso da regulamentação pode ser particularmente pesado para as pequenas e médias empresas (PME), dada a sua dimensão reduzida", concluem os autores. E acrescentam que "mais de um terço (34%) das PME portuguesas indicam que mais de 10% do seu pessoal está dedicado ao cumprimento de requisitos regulamentares e à elaboração de relatórios." Para o conjunto das empresas, 24% dizem que tem mais de 10% dos funcionários para estas tarefas, enquanto na UE são 17%.

Financiamento pela banca

Quanto ao financiamento, a proporção de empresas que reportaram restrições "aumentou e é agora superior à média da União Europeia". Para os especialistas do BEI, "este aumento foi impulsionado por uma maior taxa de rejeição de pedidos de empréstimo ou por empréstimos considerados demasiado dispendiosos, bem como por dificuldades em obter financiamento suficiente."

69%Exportadoras 
A maioria das exportadoras indica que tem de cumprir diferentes normas e regras de proteção do consumidor nos vários Estados-membros.

A banca manteve-se como a principal fonte de financiamento externo, tanto para as empresas portuguesas (78%) como para as da União Europeia (81%) o que pode indicar um fraco dinamismo dos mercados financeiros.

Mais de um terço das empresas portuguesas têm acesso a apoio público, sob a forma de financiamento bancário em condições preferenciais, como taxas de juro subsidiadas ou prazos de reembolso alargados, um valor significativamente superior à média da UE (16%). 

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