Depois das manifestações marcadas para este sábado pela CGTP, que também vai promover um buzinão na Ponte 25 de Abril, haverá uma greve da Função Pública e uma paralisação de quinze dias nos transportes. As primeiras reacções às medidas do Orçamento do Estado para 2014 sugerem um aumento da contestação social.

Depois de um braço-de-ferro com o Governo, que proibiu a manifestação na Ponte 25 de Abril, a CGTP decidiu promover um buzinão no tabuleiro e transferir a manifestação para Alcântara. A UGT não estará oficialmente presente, mas ao Negócios o secretário-geral apela à participação: "Desejo que os cidadãos expressem a sua indignação nesta forma de luta de sábado e em todas as que venham ser espoletadas".

Esta quarta-feira, a Frente Comum, da CGTP, anunciou uma greve da Função Pública para o próximo dia 8. O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado também promove a greve, à qual se deverão juntar outros sindicatos da UGT. A Fesap "está muito disponível para emitir um pré-aviso de greve" para esse dia, afirmou ao Negócios, José Abraão, da Fesap.

Menos provável parece ser, por agora, uma greve geral conjunta com as duas centrais sindicais que abranja o sector privado. "Todas as hipóteses são plausíveis, mas a prioridade agora é para a marcha de dia 19", respondeu ao Negócios, Arménio Carlos, da CGTP. Carlos Silva afasta, para já, essa hipótese.

O líder da UGT afirma que o Governo tem "ignorado" os parceiros sociais e diz que neste contexto não é possível ter "paz social". "Como é que se pode restaurar a confiança quando o Orçamento é demolidor?", questiona. As confederações patronais também foram muito críticas em relação à proposta.

Uma quinzena de greves nos transportes

Os trabalhadores dos transportes deverão ser afectados, em média, em 5% cada um com os cortes salariais de 2014, segundo as contas dos sindicatos, adiantou ao Negócios, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes. E por isso vão avançar com uma quinzena de greves, a começar em 25 de Outubro e a terminar em 8 de Novembro, depois de uma reunião que se realizou esta quarta-feira.

Os trabalhadores sentem-se cada vez mais penalizados pelas medidas do Orçamento do Estado e dizem que nem o subsídio de alimentação escapa. "Em muitas empresas havia cantinas com refeições equivalentes ao subsídio de refeição, mas nem isso agora compensa". O fim dos transportes grátis e a suspensão dos complementos de pensão também são criticados pelo dirigente sindical.

Os protestos deverão afectar não só os transportes, mas todo o sector empresarial do Estado. Os trabalhadores dizem que o Governo quer "acabar" com as empresas públicas e vão mobilizar-se para protestos. José Manuel Oliveira disse ainda, citado pela Lusa, que as medidas do Orçamento irão colocar em causa a qualidade e a segurança do serviço.

Manifestação da CGTP em Lisboa e no Porto

A CGTP marcou uma concentração para sábado, em Alcântara, e está a promover um protesto sonoro no tabuleiro da Ponte 25 de Abril. "Está prevista a chegada de um número significativo de autocarros e de pessoas que não deixarão de se manifestar, de forma vibrante e entusiástica", afirmou esta quarta-feira à agência Lusa o secretário-geral da CGTP.

Função Pública pára no dia 8 de Novembro

A Frente Comum marcou uma manifestação para dia 8 de Novembro e os sindicatos da UGT estão a começar a juntar-se.

Uma quinzena de greves nos transportes

Os sindicatos dos transportes decidiram avançar com uma manifestação nacional, no dia 9 de Novembro e com uma quinzena de greves em protesto contra a proposta de Orçamento do Estado.

Que se lixe a troika! organiza manifestação

O movimento Que Se Lixe a Troika, que no ano passado convocou a manifestação que fez o Governo recuar na TSU, convocou uma manifestação para 26 de Outubro que vai do Rossio a São Bento.

Sargentos protestam à porta do Parlamento

A Associação Nacional de Sargentos convocou uma concentração para dia 12 de Novembro, junto à Assembleia da República, para protestar contra a "desvalorização" da condição militar e contra os cortes orçamentais.