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Siemens Gamesa fecha unidade de reparação de pás eólicas em Oliveira de Frades e deixa 100 sem emprego

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, João Valério, disse à agência Lusa que a decisão o "surpreendeu, mas já era um bocadinho anunciado, depois do fecho da unidade em Aveiro" no início do ano.

DR
29 de Outubro de 2025 às 10:55

A Siemens Gamesa decidiu encerrar as suas instalações de reparação de pás em Oliveira de Frades, em Viseu, levando ao despedimento de cerca de 100 trabalhadores, uma situação que o presidente da Câmara local já lamentou.

"Para garantir a competitividade a longo prazo, a Siemens Gamesa decidiu encerrar as suas instalações de pás do rotor e reparação de pás em Oliveira de Frades, uma vez que não há carga de trabalho prevista para os próximos anos", disse à Lusa fonte oficial da Siemens Energy.

Na mesma nota, o responsável escreveu que a Siemens Gamesa, como empresa global, opera num "ambiente de mercado muito dinâmico" que obriga a constantes avaliações.

"Estamos constantemente a avaliar a nossa presença fabril para nos mantermos competitivos e voltarmos a ser rentáveis", escreveu.

Sobre o aviso de despedimento feito aos cerca de 100 trabalhadores, o responsável disse que a Siemens Gamesa está "empenhada em minimizar o impacto de tais decisões nos seus funcionários".

"Aproximadamente metade dos funcionários de Oliveira de Frades receberá uma oferta de transferência dentro da Siemens Gamesa", afirmou.

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, João Valério, disse à agência Lusa que a decisão o "surpreendeu, mas já era um bocadinho anunciado, depois do fecho da unidade em Aveiro" no início do ano.

Em janeiro deste ano, a Siemens Energy justificava à agência Lusa o despedimento coletivo de 222 trabalhadores da sua fábrica de pás eólicas de Vagos, no distrito de Aveiro, com a redução do plano de trabalho a partir de fevereiro.

Em resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte oficial da Siemens Energy afirmou que a empresa "está a implementar medidas de reestruturação abrangentes com o objetivo de regressar à rentabilidade" e que, nesse âmbito, terá de adaptar a sua capacidade de produção à paragem das vendas das suas turbinas 4.X e 5.X 'onshore' (para parques em terra).

"Isto aplica-se à nossa fábrica em Vagos, em Portugal, onde o nosso atual plano de trabalho prevê uma redução significativa a partir de fevereiro de 2025. É por isso que temos de reduzir 222 postos de trabalho dos atuais 1.300 postos", indicou a Siemens Energy.

Na altura, a multinacional de origem alemã garantiu que a anunciada restruturação incidiria, em Portugal, apenas na fábrica de Vagos, não afetando a unidade localizada em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, ambas detidas pela sua participada Siemens Gamesa Renewable Energy Blades.

A decisão de encerrar em Oliveira de Frades foi comunicada ao autarca, "embora não tivessem de o fazer, mas já que tiveram esse cuidado, se o tivessem feito antes, talvez fosse possível negociar um despedimento faseado" dos trabalhadores.

Ainda assim, o autarca reconheceu que na zona industrial "há carência de mão de obra e, ao que tudo indica, há empresários que já se mostraram disponíveis para acolher alguns" dos cerca de 100 trabalhadores que foram informados do despedimento.

A autarquia, adiantou João Valério, está também a articular com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para "futuro encaminhamento dos trabalhadores, juntamente com o gabinete da ação social".

"O encerramento de uma empresa é sempre um dano económico e social. Agora compete-nos a nós trabalharmos para continuar a trazer para Oliveira de Frades empresas até para mitigar o dano causado por este encerramento", disse João Valério.

Agora, acrescentou o autarca, "vai ficar ali um problema, que é aquela unidade na zona industrial, que ainda não tem solução" para as instalações que ali estão, sem saber se "vai ser algum armazém, outro tipo de negócio ou se vão vender".

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