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Toyota anuncia investimento de 10 mil milhões de dólares nos EUA em cinco anos

O anúncio surge num momento em que Washington pressiona o Japão a realizar investimentos de 550 mil milhões de dólares (474,57 mil milhões de euros) em solo norte-americano, em troca de uma redução das taxas alfandegárias impostas às empresas japonesas.

Toyota investe 10 mil milhões de dólares nos EUA, criando 5.100 postos de trabalho na Carolina do Norte
Toyota investe 10 mil milhões de dólares nos EUA, criando 5.100 postos de trabalho na Carolina do Norte Josef Vostarek (CTK via AP Images)
13 de Novembro de 2025 às 08:59

A Toyota, líder mundial do setor automóvel, anunciou esta quinta-feira que investirá até 10 mil milhões de dólares (8,63 mil milhões de euros) adicionais nos EUA nos próximos cinco anos, confirmando o que Donald Trump já tinha anunciado.

O anúncio surge num momento em que Washington pressiona o Japão a realizar investimentos de 550 mil milhões de dólares (474,57 mil milhões de euros) em solo norte-americano, em troca de uma redução das taxas alfandegárias impostas às empresas japonesas.

"Este investimento elevará o total dos investimentos da empresa nos Estados Unidos para cerca de 60 mil milhões de dólares [51,8 mil milhões de euros ao câmbio de hoje] desde o início das suas atividades no território norte-americano, há quase 70 anos", precisou a Toyota num comunicado.

A empresa não detalhou um calendário ou uma lista de projetos.

Em fevereiro passado, a Toyota indicou que os investimentos acumulados já realizados nos Estados Unidos ascendiam a 49 mil milhões de dólares (42,3 mil milhões de euros). O grupo emprega cerca de 50.000 pessoas no país, onde conta com 11 fábricas.

A mais recente instalação é uma fábrica de baterias em Liberty, na Carolina do Norte, criada em 2021, e representa um investimento de cerca de 13,9 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros), cuja produção foi formalmente iniciada na quarta-feira.

Trata-se da primeira fábrica de produção de baterias que a Toyota tem fora do Japão, criará 5.100 postos de trabalho e tem uma capacidade de 30 GWh por ano. A instalação servirá como centro da empresa para o desenvolvimento e produção de baterias de iões de lítio e contará com 14 linhas de produção de baterias destinadas a veículos híbridos elétricos, elétricos a bateria e híbridos plug-in.

O presidente da Toyota na América do Norte, Ted Ogawa, descreveu o início da produção na fábrica de baterias de Liberty e o investimento adicional de 10 mil milhões de dólares como um "momento essencial" para a empresa.

"A Toyota é uma empresa pioneira em veículos elétricos, e o seu investimento importante na fabricação nos Estados Unidos e na Carolina do Norte reforça o nosso compromisso com os funcionários, clientes, concessionárias, comunidades e fornecedores", afirmou Ogawa, citado num comunicado da empresa.

Em visita a Tóquio no final de outubro, Donald Trump já havia declarado que a Toyota planeava investir mais 10 mil milhões de dólares nos Estados Unidos.

Esse anúncio foi cautelosamente mitigado pela empresa. "O investimento deve ser contínuo (...) Embora seja difícil confirmar a exatidão do valor de 10 mil milhões, é certo que vamos realizar investimentos de grande envergadura", afirmou o diretor financeiro Kenta Kon no início de novembro.

Entre abril e setembro, Washington impôs sobretaxas de 25% às exportações de automóveis japoneses para os Estados Unidos. Em meados de setembro, entraram em vigor direitos aduaneiros limitados a 15% sobre os automóveis.

A Toyota estima em 1,450 mil milhões de ienes (8 mil milhões de euros) o impacto das taxas alfandegárias norte-americanas nos lucros operacionais para o exercício de 2025-2026.

No ano civil de 2024, a empresa realizou um quarto das vendas mundiais nos Estados Unidos, onde vendeu 2,33 milhões de veículos, dos quais 1,06 milhões foram importados do Japão e do México.

Embora os fabricantes japoneses também estejam a ser pressionados pela Administração Trump a exportar para o Japão veículos fabricados nas fábricas norte-americanas, a Toyota garantiu que está pronta para o fazer, caso as condições sejam cumpridas.

"Estão em curso esforços para harmonizar as normas de certificação japonesas com as dos Estados Unidos. Se esses preparativos forem bem-sucedidos, estaremos dispostos a considerar essa possibilidade", afirmou Hiroyuki Ueda, diretor de Assuntos Públicos da Toyota, no Salão Automóvel de Tóquio.

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