Almaraz: Fechar centrais nucleares em Espanha vai custar 10 mil milhões
Quanto é que custaria a Espanha encerrar as as suas cinco centrais nucleares em operação? A factura atingiria, pelo menos, os 10 mil milhões de euros.
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A estimativa é da empresa estatal Enresa, segundo avança o jornal Expansión esta segunda-feira, 8 de Maio. Entre estas, encontra-se a de Almaraz, na comunidade da Extremadura, a polémica central situada a 100 quilómetros da fronteira portuguesa.
A Enresa tem a missão de gerir os resíduos nucleares em Espanha, mas também de desmantelar as centrais nucleares, no âmbito do Plano Geral de Resíduos Radioactivos (PGRR).
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Com o objectivo de proceder ao desmantelamento, a empresa gere um fundo que contava com 4.600 milhões de euros em Dezembro de 2015, os dados mais recentes, um valor ainda distante dos 10.000 milhões necessários.
Actualmente estão a ser desmanteladas duas centrais nucleares em Espanha: a de José Cabrera, na comunidade de Castela-La Mancha, e a de Vandellós I, na Catalunha.
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Existe uma terceira central que parou de produzir electricidade em 2012: a de Garona em Castela e Leão. Mas apesar de estar fechada há cinco anos, em Espanha continua a ser debatido se a central deve ser encerrada totalmente ou se deve ser reactivada.
As próximas centrais a completarem 40 anos de vida útil são a de Almaraz I na Extremadura em 2020, e a de Ascó I em 2022 na Catalunha. Seguem-se depois em 2023 a central de Almaraz II e a central de Trillo, em Castela-La Mancha, detida em 15,5% pela EDP.
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As três centrais cuja vida útil termina mais tarde são a de Cofrentes (2024) na Comunidade Valenciana, a de Ascó II (2025) e a de Vandellós (2027) ambas localizadas na Catalunha.
Quanto é que custa encerrar uma central nuclear? O encerramento da central José Cabrera vai custar cerca de um milhão de euros por megawatt, num total de 170 milhões de euros. Tendo por base este valor, o fecho da central de Garona vai custar entre 400 a 500 milhões, com cada cidadão espanhol a ter de pagar mais de 10 euros só pelo encerramento desta central, conclui o Expansión.
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Fazendo as contas ao encerramento das duas unidades da central nuclear de Almaraz, a factura pode ficar próxima dos 2.000 milhões de euros. Já o custo para encerrar a central de Trillo, detida em 15,5% pela EDP, pode superar os 1.000 milhões de euros.
À luz da legislação em vigor, não é claro quem é que vai pagar a factura de desmantelamento das centrais nucleares espanholas, aponta o Expansión, que alerta que este custo poderá vir a ter de ser suportado pelos consumidores em Espanha, via tarifas da electricidade.
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A proximidade do fim da vida útil da central de Almaraz, e o possível prolongamento da mesma, assim como a construção de um armazém nuclear têm sido dois dos pontos mais contestados por Portugal.
O armazém foi alvo de um relatório por parte do grupo de trabalho técnico criado para analisar este projecto, que concluiu que o armazém é uma "solução adequada" que "permite confirmar a sua segurança" ao nível dos padrões internacionais.
Recorde-se que o Governo português apresentou em Janeiro uma queixa na Comissão Europeia contra o Governo espanhol. Mas Lisboa e Madrid acabaram por entender-se e "comprometem-se a encetar um diálogo e um processo de consulta construtivo com vista a alcançar uma solução para o actual litígio sobre a construção de um aterro de resíduos nucleares na central nuclear de Almaraz", anunciaram os governos ibéricos em Fevereiro.
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