Descontos que podem ascender a muitas centenas de euros por ano é a promessa do Combina, o programa anunciado nesta quarta-feira pela parceria da Galp com o Continente e a Nos.

Para as famílias, a iniciativa reflete-se, na prática, em combustível mais baratos nos postos e em descontos no Cartão Continente e na app da Galp, que por sua vez podem depois ser abatidos às faturas a pagar na eletricidade ou no gás. A Nos, também envolvida no projeto, não terá descontos específicos mas o racional da parceria é que a poupança é no conjunto.

Disponível a partir do próximo dia 26 de dezembro, o Combina é aplicável a clientes novos e já existentes e promete ser mais do que uma promoção. “É um desconto permanente e acumulável com os outros descontos em todas as compras e abastecimentos”, afirmou o administrador da MC José Fortunato, na apresentação à imprensa. O retalho da Sonae é a âncora do programa, dado que o Cartão Continente é o ponto comum de acesso aos abates. “É o maior ecossistema de descontos do país”, garantiu, contabilizando 4,7 milhões de famílias que usam o cartão, fazendo 500 transações por minuto em 2.400 lojas de mais de 20 marcas.

Trata-se, em simultâneo, de uma intensificação da parceria, de há duas décadas, da Galp e do Continente. “É uma nova etapa”, disse o co-CEO da petrolífera, João Marques da Silva. “Isto não é uma campanha, é um desconto que se torna permanente”, reforçou.

Pela Nos, o administrador executivo Daniel Beato sublinhou que a operadora ganha um novo cliente a cada 3 minutos e que com o Combina, vai “reforçar a proposta de valor e trazer valor ao consumidor”.

Três níveis de desconto

O programa tem três níveis, aos quais correspondem a quantidade de serviços contratados e a magnitude dos descontos aplicáveis.

Numa lógica de “quantos mais contratos, maiores os descontos”, os patamares funcionam numa hierarquia cujo nível de partida é sempre o Cartão Continente.

O nível mais baixo, Combina 1, permite uma poupança estimada em mais de 140 euros por ano. Implica que além do cartão dos hipermercados da Sonae, o cliente tenha também um serviço da Galp ou um pacote Nos. Permite um desconto de 2% no Continente (acumulável com outros descontos) e uma poupança de 20 cêntimos por litro em combustível. Uma estimativa tendo em conta um gasto médio mensal de 200 euros em supermercado e 70 em combustível aponta para poupanças anuais de 144 euros.

O seguinte – Combina 2 – exige dois serviços, que podem ser a eletricidade, gás ou solar da Galp ou uma oferta da Nos. Dá 5% de desconto no Continente e 25 cêntimos por litro nos postos de abastecimento. Estimativa de descontos: 330 euros por ano para consumos mensais médios de 250 euros no supermercado e 100 nos postos de abastecimento. 

O mais elevado chama-se Combina 3 e implica a contratação de 3 ou mais serviços, entre os da Galp e os da Nos. Desconto: 10% no cartão e 30 cêntimos/litro na bomba. Os descontos podem somar 838 euros/ano se as despesas atingirem 450 euros no Continente e 140 na Galp.

A acumulação dos descontos faz-se numa “wallet” única, partilhada entre as apps do Continente e da Galp, e pode ser abatida nas faturas mensais destas empresas, da forma como o cliente escolher,

O programa implica uma associação do Cartão Continente às apps da Galp e da Nos.

Meio milhão no primeiro ano. Galp quer duplicar na luz e gás

Nenhum dos três responsáveis presentes identificaram objetivos de indicadores de negócio da iniciativa mas revelaram a intenção de chegar a meio milhão de adesões no primeiro ano – o que não significa necessariamente meio milhão de novos clientes; em última análise poderiam mesmo ser meio milhão de adesões por parte de clientes já existentes, dado que o programa está aberto toda a população, incluindo quem já tem relação com alguma das três marcas.

A intenção não quantificada é que o programa traga clientes ou faturação. Quantos e de que volume? Não é revelado.

Na eletricidade e gás, a Galp tem já 430 mil clientes. “A longo prazo vamos querer duplicar essa ambição de crescimento, vamos querer chegar rapidamente a um número muito significativo de contratações adicionais”, afirmou o co-CEO. Não se trata de um objetivo específico para o Combina, mas da operação da energética no seu conjunto.

Podem ser clientes novos ou não, “mas que com o que Combina vão ter um incentivo adicional para também fazer um contrato ou para mudar o seu contrato”, afirmou.

A iniciativa é uma operação permanente de desconto e não carece de notificação à Autoridade da Concorrência. Cada uma das três empresas prossegue a sua atividade habitual e a parceria só se reflete nos descontos.