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Governo anuncia estudo sobre custos dos sistemas energéticos

Executivo promete maior transparência no setor com divulgação trimestral de dados por tecnologia. Até final de 2026, estão previstos 3 GW de nova capacidade em operação.

Jean Barroca, secretário de Estado da Energia
Jean Barroca, secretário de Estado da Energia Pedro Brutt Pacheco/CMTV
20:58

O Executivo vai avançar com um estudo sobre os custos totais do sistema associados a diferentes tecnologias energéticas, com o objetivo de assegurar decisões de investimento “baseadas em factos e análises técnicas” e evitar “determinismos tecnológicos”. O anúncio foi feito por Jean Barroca, Secretário de Estado da Energia, na Portugal Renewable Energy Summit 2025 (PRES2025), organizada pela APREN.

“Portugal precisa de um sistema energético sustentável, soberano e competitivo. Não vamos seguir modas tecnológicas nem pagar energia cara para exportar hidrogénio barato. O hidrogénio verde que produzirmos deve servir, antes de mais, a indústria portuguesa”, afirmou o governante.

Barroca sublinhou que, em agosto de 2025, o país contava já com 12,2 gigawatts (GW) de potência instalada em eólica e solar e que, se todos os Títulos de Reserva de Capacidade (TRC) atribuídos forem concretizados até 2030, Portugal alcançará as metas do Plano Nacional  de Energia e Clima. Para já, existem pelo menos 3 GW de potência que têm um prazo de entrada em exploração até ao final do próximo ano, que serão monitorizados com maior detalhe graças a novos mecanismos de reporte trimestral, por tecnologia, a cargo da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e dos operadores de rede.

Não vamos seguir modas tecnológicas nem pagar energia cara para exportar hidrogénio barato. Jean Barroca, Secretário de Estado da Energia

O secretário de Estado destacou que a transição energética, apesar de mais complexa e exigente em termos de gestão de rede, é também a que assegura preços mais competitivos, maior soberania energética e sustentabilidade a longo prazo. “A simplicidade do modelo fóssil teria um preço demasiado elevado para a economia portuguesa, pela dependência externa e exposição à volatilidade internacional”, defendeu.

Além da aposta em maior previsibilidade na entrada em operação dos projetos já licenciados, o Executivo compromete-se a lançar até ao final do ano o segundo leilão do Pego, processo considerado estratégico para a reconversão daquela central e para acelerar a colocação de nova capacidade no sistema elétrico.

"De forma mais imediata, está já previstava realização do procedimento concorrencial para atribuição da capacidade sobrante do Pego até ao final deste ano e novos procedimentos se seguirão no próximo ano", frisou.

Portugal, acrescentou Barroca, “mantém o alinhamento com a agenda europeia, mas quer ir mais longe”, usando as renováveis como fator de soberania e de reindustrialização, transformando o potencial energético nacional numa vantagem competitiva para empresas, numa garantia de segurança para as famílias e num motor de sustentabilidade para o futuro.

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