pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Duelo online no leilão do lisboeta Pátio da Quintinha ficou a 1 milhão do mínimo

“Ilha urbana” situada na zona de Marvila, que em tempos longínquos pertenceu à casa senhorial do Marquês de Marialva, acabou em leilão eletrónico, na sequência do processo executivo de uma construtora, por um valor base de 2,352 milhões de euros.

20:45

“Este páteo já foi casa senhorial pertença da família do Marquês de Marialva.  Ficou ‘quintinha’ face à grande casa do Marquês.  Pode-se chamar Pavilhão Marialva porque talvez tivesse tido as funções de apoio a um antigo Cais Marialva.  Ainda mantém belíssimos azulejos do século XVII" (Marília Abel e Carlos Consiglieri, in “Marvila” - Dinalivro - Lisboa, 2006 - pág.97).

Ao longo dos tempos, o espaço foi adaptado para habitações operárias, mas sempre manteve a sua estrutura original de “ilha urbana” protegida por muros, com elementos de circulação coberta, arcos e calçadas em pedra.

Entretanto, na sequência do processo executivo da A.C. Rodrigues, Construções e Investimentos, com sede na Moita, o chamado Pátio da Quintinha, localizado na zona lisboeta de Marvila, foi colocado em leilão eletrónico com um valor base de 2,352 milhões de euros, tendo o preço mínimo sido fixado em aproximadamente dois milhões de euros.

Com uma área total de 3.388 metros quadrados, dos quais 1.442 de área coberta, contando com 49 unidades suscetíveis de utilização independente, “a dimensão simbólica deste imóvel no panorama histórico de Marvila/Beato acrescenta-lhe uma camada de valor patrimonial e de narrativa que pode interessar a investidores orientados para reabilitação com identidade local”, realça a Leilosoc, a leiloeira responsável por este leilão.

“Situado na dinâmica e em plena transformação zona de Marvila, um dos bairros mais promissores de Lisboa”, o Pátio da Quintinha foi para leilão com um encargo de peso, pois “encontra-se onerado com ocupações e/ou arrendamentos antigos, relativamente aos quais não existem contratos escritos disponíveis, em virtude da antiguidade das situações de posse e ocupação”, alerta a Leilosoc.

De acordo com as diligências realizadas no local, “foi possível apurar a existência de 33 ocupantes/arrendatários”, aponta a leiloeira, pelo que, esclarece, “não cabe ao processo executivo e/ou à Leilosoc promover quaisquer diligências de desocupação, denúncia de contratos existentes ou regularização das situações de ocupação identificadas, sendo da responsabilidade exclusiva do futuro adquirente, se assim o entender, proceder às necessárias regularizações, tomadas de posse e/ou despejos”.

Esta sexta-feira, 14 de novembro, pelas 18:00, hora de encerramento do leilão, assistiu-se a um  duelo de meia dúzia de minutos pelo Pátio da Quintinha.

Tendo como valor de abertura um milhão de euros, registou-se  cinco lances de 10 mil euros cada, com a melhor licitação a fixar-se em 1,05 milhões de euros, ou seja, ficou-se pela metade do valor mínimo exigido, pelo que é classificada como licitação condicional, não sendo considerada em termos imediatos para efeitos de adjudicação.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio