Dona da antiga sede do Diário de Notícias tem 200 milhões para investir

A promotora imobiliária Avenue tem 200 milhões para investir em projectos de reabilitação urbana até 2020. A empresa fez esta terça-feira, 28 de Março, a sua apresentação ao mercado.

A primeira leva, que termina este ano, tem 100 milhões de euros. Destes, quase 70 milhões já foram aplicados nos seis projectos em curso em Lisboa e no Porto. A empresa está prestes a fechar uma sétima localização na capital. A segunda leva deverá estender-se até 2020, com mais 100 milhões.

Com arranque em 2015, ainda sob o nome Nickel Real Estate, esta promotora imobiliária garantiu a sede do edifício do Diário de Notícias na Avenida da Liberdade por 20 milhões de euros, como avançou o Negócios, transformando-o agora em apartamentos de luxo.

O mesmo destino terá o Liberdade 203, na esquina com a Rosa Araújo, para onde Ricardo Salgado tinha planeado a expansão da sede do antigo Banco Espírito Santo, antes da queda da instituição financeira no Verão de 2014.

"O nosso produto está muito focado no segmento alto, de habitação e comércio. Tem a ver com a procura", explicou o director-geral Aniceto Viegas num encontro com jornalistas. A Avenue é detida pelo fundo Perella Weinburg Real Estate II, com sede no Reino Unido e responsável por "todo" o investimento.

A empresa está a estudar a aquisição de mais dois ou três activos em Lisboa e no Porto, também para reabilitação urbana. Em Lisboa, o responsável admite que a procura já está a ser feita fora das áreas da Avenida da Liberdade e Chiado. "Também por falta de oferta. Nota-se menos produto. Isso obriga-nos a alargar a área de intervenção", explicou.

Daí que também a Avenue não feche portas em avançar para um novo negócio, considerando Aniceto Viegas que há um "espaço interessante para o desenvolvimento de habitação para arrendamento".

A Avenue conta actualmente com uma equipa de nove pessoas e tem como objectivo chegar aos 15 trabalhadores até ao final do ano. O seu volume médio de negócios por ano ronda os 70 milhões de euros.

Os seus quatro projectos em fase de comercialização – Liberdade 203, Liberdade 40, Orpheu XI e Aliados 107 – representam quase uma centena de apartamentos. A taxa média de venda é de 85%, com os portugueses e brasileiros a representarem, cada, quatro em cada dez compras.