Investimento em compra de imóveis para reabilitação dispara para 750 milhões
Nos primeiros sete meses deste ano foram realizados 35 negócios de aquisição de edifícios para reabilitação urbana ou de terrenos para promoção imobiliária em Lisboa e no Porto num investimento superior a 750 milhões de euros e que traduz um crescimento de 80% face a igual período em 2018, indica um estudo da consultora Cushman & Wakefield divulgado esta quarta-feira.
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A consultora assinala que o setor residencial continua a ser "o principal dinamizador do mercado, contribuindo para a sucessiva subida dos preços de transação de prédios para reabilitar em ambas as cidades".
Em Lisboa, o segmento habitacional foi responsável por 67% da área de construção licenciada e 61% da área em licenciamento. Já no Porto, a habitação representou 67% na área de construção licenciada e 55% na área em licenciamento.
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Este dinamismo refletiu-se nos preços dos prédios urbanos em Lisboa, que subiram 27% nos imóveis superiores a 500 metros quadrados (m²) e 18% nas propriedades de dimensão inferior. Na Invicta a escalada nos valores médios de transação foi ainda maior, ascendendo a 41% nos imóveis superiores a 500 m² e a 21% nos de dimensão inferior.
Sem surpresa, é no centro histórico de Lisboa que o valor médio atinge o valor mais elevado: 3.530 euros por metro quadrado. Contudo, foi a zona ribeirinha que protagonizou a maior subida nos preços, com um aumento de 47%.
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No Porto, é na zona da Baixa que o valor médio é mais elevado no que concerne aos imóveis com dimensão superior a 500 m², situando-se em 2.756 euros por metro quadrado.
A Cushman & Wakefield assinala que "apesar do claro predomínio da atividade de reabilitação urbana nos centros das cidades" se assiste a "uma maior abrangência geográfica por parte da procura, que começa a olhar para zonas mais periféricas para os seus investimentos".
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"A procura de oportunidades de reabilitação urbana e de promoção nova em Lisboa e no Porto nunca foi tão alta e esta tendência deverá manter-se em 2020. Contudo, esta procura é cada vez mais direcionada para localizações menos centrais onde o investimento foi menor nos últimos três anos", refere Ana Gomes, diretora de Promoção e Reabilitação Urbana na Cushman & Wakefield, citada no comunicado.
"Em Lisboa, por exemplo, é particularmente visível o maior interesse de investidores nos eixos ribeirinhos de Santos/Alcântara e Marvila bem como no eixo central Saldanha/Campo Grande, em detrimento dos bairros históricos da Graça, Alfama, Baixa e Chiado. Também as zonas de expansão da cidade têm vindo a ser alvo de forte interesse, com especial destaque para a Alta de Lisboa, que nos próximos anos irá contribuir para um aumento muito considerável da oferta de produto residencial na cidade", detalha.
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Atraso no licenciamento trava crescimento
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A subida dos custos de construção e a incerteza do tempo necessário para obter licenciamento têm "impactado negativamente o mercado de reabilitação e promoção imobiliária", sublinha a consultora.
Entre janeiro e julho deste ano foram licenciados na cidade de Lisboa 250 projetos com uma área de construção total que ultrapassa os 320.000 m², mais 14% do que no período homólogo de 2018.
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Relativamente aos projetos em licenciamento, estavam em análise nos primeiros sete meses do ano cerca de 450.000 m², representando uma variação homóloga de -17% face a 2018, o que pode ser explicado pela acumulação de processos de licenciamento na Câmara de Lisboa devido aos elevados tempos de decisão.
No Porto, foram contabilizados cerca de 325.000 m² de projetos em licenciamento e mais de 210.000 m² de projetos licenciados.
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