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Mercado global de imóveis de luxo sinaliza recuperação em 2020

Os mais abastados à procura de imóveis mantiveram um perfil discreto em 2019, já que as incertezas económicas transformaram as cidades globais em propostas arriscadas.

Vancouver
Vancouver Bloomberg
05 de Janeiro de 2020 às 16:00

Não se surpreenda se, em 2020, os ricos voltarem a gastar novamente, já que os preços dos imóveis em áreas económicas relativamente estáveis continuam a sentir queda dos preços para níveis de saldos.

Em algumas cidades, os preços devem subir, de acordo com a consultoria imobiliária global Knight Frank.

Paris lidera a previsão da agência para 2020, com um aumento de 7% dos preços de imóveis de luxo, seguida por Miami e Berlim, onde as unidades de luxo também são relativamente acessíveis e há poucas.

Incertezas políticas e económicas ainda dominam, desde guerras comerciais até às eleições presidenciais dos EUA em novembro. E os impostos sobre pessoas com elevado património aplicados em cidades como Vancouver, Londres e Nova Iorque continuarão a pesr nas vendas, diz Kate Everett-Allen, sócia da Knight Frank, em Londres.

"A maioria dos mercados ainda vai registar aumento dos preços ‘prime’, mas com margens menores do que anteriormente", afirmou Kate Everett-Allen.

Nova Iorque ainda oferece opções de compra

Os preços dos imóveis na cidade de Nova Iorque devem cair 3% em 2020, dando continuidade à tendência deste ano. No terceiro trimestre de 2019, os preços caíram 4,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Knight Frank. Para vender todos os projetos residenciais recém-construídos em Manhattan no atual ritmo de vendas, levaria nove anos. E a incerteza sobre a eleição presidencial provavelmente manterá compradores à margem, segundo Jonathan Miller, presidente da avaliadora de imóveis Miller Samuel.

A procura também travou porque investidores imobiliários fugiram do mercado, assustados com congressistas que têm como alvo uma maior regulamentação dos arrendamentos e um aumento do imposto sobre mansões, o que deixa os compradores de imóveis de luxo com custos mais altos.

"Do lado das vendas, o mercado de luxo é o segmento mais fraco do setor imobiliário", salienta Miller.

E sem estrangeiros, Vancouver também está estagnada

Em 2020, vendedores de imóveis mais caros em Vancouver provavelmente ainda sentirão a ressaca da saída de compradores chineses e das medidas fiscais para investidores estrangeiros introduzidas em 2016 com o objetivo de segurar os preços. No segmento de luxo, os preços na cidade cairão 5% no próximo ano, de acordo com a previsão da Knight Frank.

Do lado positivo, há uma nova oportunidade para compradores domésticos, afirma Kevin Skipworth, sócio e corretor-gerente da Dexter Realty, em Vancouver.

"O governo colocou propriedades à venda para os que, de outra forma, não teriam como pagar", realça, o que significa que o imposto efetivamente tornou as propriedades de luxo mais baratas para residentes.

Recuperação em Miami

O mercado de condomínios de alto nível de Miami, por outro lado, deve mostrar recuperação em 2020, com a ajuda da reforma tributária implementada pelo presidente Donald Trump, que limitou as deduções federais para impostos estaduais e municipais, de acordo com a Knight Frank.

Enquanto sul-americanos se afastaram nos últimos anos devido à subida do dólar que encareceu imóveis comprados nos EUA, investidores domésticos compensam a fuga: a Flórida, que não cobra imposto de rendimentos, está a atrair compradores ricos de estados com elevados impostos, como Nova Iorque e Nova Jersey. A procura destes compradores deve elevar os preços de imóveis de luxo de Miami em 5% em 2020, segundo a Knight Frank.

(Texto original: Around the World, Luxury Real Estate Poised to (Mostly) Strengthen)

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