Compradores britânicos andam a ver móveis em Paços de Ferreira

Cinco fornecedores de mobiliário para hotéis, aeroportos, restaurantes e casas de luxos estão de visita a nove indústrias da Capital do Móvel, numa missão inversa para substituir os concorrentes italianos e espanhóis.
Paulo Duarte/Negócios
António Larguesa 20 de Março de 2018 às 13:37

Cinco importadores provenientes do Reino Unido andam há uma semana pelo concelho de Paços de Ferreira a visitar e reunir individualmente com várias empresas de mobiliário. O objectivo desta missão inversa, que termina na quarta-feira, 21 de Março, é mostrar que estas indústrias portuguesas "podem perfeitamente substituir fornecedores italianos ou mesmo espanhóis, uma vez que possuem um nível de qualidade equiparável e conseguem ser mais competitivos" no preço.

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Segundo adiantou ao Negócios o director-geral executivo da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), João Pedro Begonha, estes compradores são das zonas de Londres e de Manchester e grandes fornecedores de mobiliário para o mercado britânico – e alguns deles também para outros países europeus. Entre outros clientes, fornecem hotéis de luxo (de 40 a 400 quartos), restaurantes, "spas", habitações de luxo com base em propostas de decoração feitas por designers ou zonas "lounge" de aeroportos, mas ainda são "residuais" as encomendas às empresas da Capital do Móvel.

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"Até agora estamos a ter um ‘feedback’ muito positivo das visitas. Os nossos empresários são altamente flexíveis e encontram soluções para o que lhes é pedido. Por sua vez, os importadores já falam em pedir cotações para projectos vindouros ou mesmo a produção de protótipos para análise da qualidade dos produtos", resumiu o responsável, destacando que este é um modelo "muito eficaz" para a concretização de negócios, pois permite aos importadores conhecerem o processo de fabrico, as instalações e testarem os produtos, "aumentando em grande escala a confiança entre as partes".

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As indústrias de mobiliário escolhidas para participar nesta iniciativa, apontou João Pedro Begonha, foram as nove que demonstraram interesse na sequência de um "workshop" sobre este mercado organizado por esta associação empresarial, que há um ano acordou a renegociação da dívida com a Caixa Geral de Depósitos: Estofal; AM Furniture; Lino Barros & Ferreira; Portos Mobiliário; Premium Sofá; Época Gold Mobiliário Internacional; Costa Pereira Mobiliário; Made to Last; e Móveis Barbosa Neto.

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De acordo com as estatísticas fornecidas pela AEPF, não desagregadas por mercados, as empresas de Paços de Ferreira exportaram cerca de 800 milhões de euros de mobiliário em 2017. No conjunto das vendas de mobiliário e colchoaria nacional ao exterior nos primeiros nove meses do ano passado, compiladas por uma das principais associações do sector (APIMA), o Reino Unido era o terceiro maior destino, com uma quota de 6%. Distante do peso de França (32%) e Espanha (27%), as compras britânicas ascendiam a 84 milhões de euros até Setembro, em resultado de um crescimento homólogo de 16% nesse período.

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Com um peso relevante na estrutura das exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria, as empresas de Paços de Ferreira têm mais de um milhão de metros quadrados de área de exposição em permanência. É também neste concelho vizinho de Paredes, concorrente na produção de móveis, que se continua a realizar, duas vezes por ano, a feira Capital do Móvel, considerada a mais importante na área do mobiliário e decoração a nível nacional.

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