Fabricantes portugueses ensaiam "em casa" para exportar electrodomésticos

De fornos a arcas congeladoras, as empresas de produtos eléctricos estão a aumentar a procura por certificações mais rápidas e baratas que dão acesso aos mercados internacionais, impulsionando também o negócio da CERTIF.
Ricardo Almeida
António Larguesa 07 de Maio de 2018 às 16:45

Fornos eléctricos, arcas congeladoras e placas vitrocerâmicas são alguns dos principais produtos eléctricos que os fabricantes portugueses estão a ensaiar dentro de portas para poderem vender no estrangeiro e também para conseguirem fornecer marcas próprias de outros países.

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Em causa está a emissão de certificados no âmbito do acordo internacional CB Scheme, que permitem às empresas ver aceites em mais de cem países os ensaios feitos nos laboratórios portugueses reconhecidos (IEP e ISQ). Depois do crescimento de 50% em 2017, para um total de 26 certificados cobrindo 16 tipos de produtos diferentes de nove fabricantes, este ano já foram emitidos mais uma dezena.

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Estes certificados são uma espécie de passaporte para o fabricante colocar os produtos eléctricos no mercado internacional. Francisco Barroca, director-geral da CERTIF – o único organismo de certificação português reconhecido no CB Scheme – explicou ao Negócios que a realização da auditoria ao processo no mercado doméstico permite ainda que o ensaio seja feito "com custos obviamente muito mais baixos".

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"A certificação de produtos eléctricos é a que tem maior tradição e abrange uma infinidade de produtos a nível mundial. Para muitos deles, e em relação a muitos mercados, seja por exigência legal, seja por exigência dos mercados, a certificação do produto é um requisito ‘natural’ e indispensável para o acesso", detalhou o gestor da associação de direito privado fundada em 1999, que recebeu toda a actividade de certificação de produtos que até então era feita pelo Instituto Português da Qualidade.

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Cabos e luminárias procuram marcas europeias

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Líder no mercado português na área de produto e serviço, a facturação da CERTIF aumentou 13% no ano passado, em termos homólogos, com Francisco Barroca a destacar o "grande contributo" dado pelos 22 clientes do sector eléctrico com que trabalhou naquele período. Além dos electrodomésticos, os outros grandes subsectores que surgem em destaque ao nível da certificação são os cabos eléctricos e as luminárias.

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Enquanto os fabricantes de cabos eléctricos procuram a marca europeia HAR que é uma exigência dos mercados – em 2017 os cabos passaram a estar abrangidos pelo Regulamento dos Produtos de Construção para a resistência ao fogo –, por outro lado, os produtores de luminárias precisam da também europeia ENEC para aceder aos mercados externos, em que "a exigência desta marca é quase obrigatória".

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Francisco Barroca destacou ainda outra situação que, embora não figure nas estatísticas dos certificados emitidos pela CERTIF, acaba por ser relevante para os fabricantes em termos de prazos e de custos: a que, por força de acordos bilaterais, permite a esta associação realizar a auditoria e controlar os ensaios feitos em Portugal, levando depois à certificação no país de destino. É o caso do Brasil, por exemplo, onde é obrigatório por lei que a emissão do certificado seja feita localmente.

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