Martifer sob OPA com menos 30% de lucros no primeiro semestre

Nos primeiros seis meses deste ano, o grupo que está a ser alvo de uma oferta pública de aquisição obteve um resultado líquido de oito milhões de euros, com as vendas a aumentarem para 141 milhões e a carteira de encomendas a fixar-se em 665 milhões.
Jorge e Carlos Martins, os fundadores da Martifer (aqui numa foto de arquivo).
Sérgio Azenha
Rui Neves 22 de Agosto de 2025 às 17:17

A Martifer fechou a primeira metade deste ano com lucros de oito milhões de euros, menos 3,5 milhões do que um ano antes.

Um recuo que está sobretudo relacionado com um rendimento extraordinário que impactou positivamente o resultado homólogo, no negócio da indústria naval, com “a reversão de provisões, registadas no primeiro semestre de 2024, anteriormente constituídas sobre contratos onerosos que não se vieram a verificar”, lê-se no relatório financeiro da Martifer publicado esta sexta-feira, 22 de agosto, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou 4,1 milhões para 16,3 milhões de euros.

Já a dívida líquida do grupo de Oliveira de Frades aumentou cerca de 54 milhões de euros face a dezembro passado.

Este forte aumento da dívida líquida, que passou de um nível negativo em 22 milhões de euros para 32 milhões “reflete o ambicioso plano de ‘capex’ em curso e a normalização das rubricas de fundo de maneio quando comparada com o exercício de 2024, nomeadamente de adiantamentos ‘milestones’ contratuais com clientes”, explica a Martifer.

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O plano de investimento da Martifer é de 22,23 milhões de euros, dos quais 9,73 milhões tem em vista a construção de uma nova doca seca nos estaleiros navais da West Sea, em Viana do Castelo, e 11,78 milhões no segmento das energias renováveis do grupo, nomeadamente na construção de dois projetos internacionais, um na Polónia de 30 MWp e outro na Roménia de 18,1 MWp.

Estão também a ser investidos 720 mil euros na área fundacional da Martifer, as estruturas metálicas.

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Nos primeiros seis meses do ano, os rendimentos operacionais da Martifer atingiram 141 milhões de euros, mais 14,5 milhões do que no mesmo período do ano passado, com o segmento da construção metálica a gerar 47% do total e a atividade da indústria naval 43%.

As exportações valeram dois terços da faturação consolidada do grupo de Oliveira de Frades.

A carteira de encomendas do grupo ascendia, no final de junho, a 665 milhões de euros, com a indústria naval a ser responsável por quase três quartos do total.

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Recorde-se que a Visabeira Indústria, a I’M, dos irmãos Carlos e Jorge Martins, e a Mota-Engil assinaram a 6 de agosto um acordo de acionistas e uma acordo parassocial na Martifer que obrigou ao lançamento de uma oferta pública geral e obrigatória de aquisição (OPA) sobre o grupo de Oliveira de Frades pelo facto de, havendo um controlo conjunto, ultrapassarem os 50% (controlam 87,4% dos direitos de voto).

No âmbito deste acordo tripartido, a Visabeira Indústria ficará com 37,5% da empresa, a Mota-Engil mantém os seus 37,5% e a I’M desce a sua participação para 25%,  com os irmãos Martins a sinalizarem que estão de saída da empresa que fundaram em 1990.

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A contrapartida proposta pelos principais acionistas da Martifer para comprar as ações que negoceiam em bolsa é de 2,057 euros cada.

(Notícia atualizada às 17:42)

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