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Coimbra apresenta ao mundo o primeiro forno contínuo híbrido para a indústria cerâmica

O Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) dá esta quarta-feira a conhecer o inovador forno, que foi concebido para funcionar com múltiplas fontes energéticas – gás natural, hidrogénio, misturas de gases e eletricidade, podendo operar em modo híbrido.

Forno contínuo híbrido para indústria cerâmica.
Forno contínuo híbrido para indústria cerâmica. D.R.
09 de Setembro de 2025 às 18:52

A indústria portuguesa de cerâmica está sob pressão para contribuir com reduções significativas de emissões de dióxido de carbono, porquanto o setor é de elevada intensidade energética, decorrente dos processos de alta temperatura, pois depende substancialmente de combustíveis fósseis.

Na rota de descarbonização do setor, está marcada para esta quarta-feira, 10 de setembro, no iParque de Coimbra, a apresentação mundial da instalação e entrada em funcionamento do primeiro forno híbrido de rolos, um marco para a indústria cerâmica.

A apresentação do inovador forno, a cargo do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV), irá acontecer no âmbito do âmbito do Dia Aberto da Agenda Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal (ECP)

Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e desenvolvido no âmbito do Work Package 1 (WP1) da ECP, o forno foi concebido para funcionar com múltiplas fontes energéticas: gás natural, hidrogénio, misturas de gases e eletricidade, podendo operar em modo híbrido.

“O objetivo é demonstrar a viabilidade de tecnologias de sinterização de cerâmica com baixas emissões de carbono, fornecendo às empresas dados técnicos concretos para apoiar a sua transição energética”, explica o CTCV, adiantando que, “após os testes de cozedura atualmente em curso, o forno ficará disponível para que empresas do setor testem os seus produtos com novas formas de energia de baixo teor de carbono, permitindo-lhes obter conhecimento prático sobre vantagens e desafios destes processos antes de investirem em soluções próprias”.

O CTCV realça que a “conclusão deste projeto encerra um ciclo de desenvolvimentos no âmbito do WP1 que incluiu a conversão de fornos existentes para modo híbrido (gás natural + hidrogénio e eletricidade), tanto em ambiente laboratorial como industrial, bem como a adaptação das redes de gás natural para hidrogénio, incluindo sistemas de mistura testados em escala laboratorial e industrial”.

O culminar deste percurso foi o desenvolvimento e instalação deste novo forno contínuo híbrido de rolos, “capaz de realizar testes de cozedura em faiança, grés e porcelana com três vetores energéticos distintos”, afiança o CTCV

Durante a sessão, será também anunciada a aprovação de uma extensão desta Agenda, a qual permitirá desenvolver uma nova solução dedicada à tecnologia de oxi-combustão, reforçando o caminho da descarbonização na fusão de vidro.

Também será apresentado um outro investimento em curso que prevê a criação de espaços físicos, de capacitação e demonstração assentes numa lógica de “learning factory” e que pretende dar um novo impulso à Academia CTCV e à forma como se transfere o conhecimento para as empresas.

“Este espaço interativo de capacitação, que combina formação prática com ambientes simulados através de ferramentas de realidade virtual e aumentada, permitirá capacitar os recursos humanos para a evolução tecnológica”, nota o CTCV, adiantando que os novos investimentos deverão estar concluídos no primeiro semestre do próximo ano.

Segundo o CTCV, “estes investimentos representam um passo decisivo no apoio às empresas, colocando à sua disposição infraestruturas de vanguarda que serão fator de competitividade e sustentabilidade futura para o setor”.

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