Setor da cortiça agradece isenção de tarifas: “Não existe margem para diversificar mercados”
A associação portuguesa do setor congratula-se com a inclusão dos produtos de cortiça na lista de isenções do acordo de tarifas alcançado entre a UE e os EUA.
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“Face à elevada internacionalização da indústria, presente em todos os países produtores de vinho, não existe margem para uma estratégia de diversificação de mercados no curto e médio prazo”, o que torna a decisão de incluir os produtos de cortiça na lista de isenções do acordo de tarifas alcançado entre ao União Europeia e os Estados Unidos “especialmente relevante”, realça a Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor), em comunicado.
Congratulando-se com o mais recente acordo entre a UE e os EUA, a Apcor considera que “esta decisão representa o reconhecimento internacional da especificidade geográfica única da cortiça”, cuja matéria-prima é produzida exclusivamente na bacia mediterrânica, com Portugal a assumir o papel de maior produtor mundial.
“A singularidade desta produção confere aos produtos de cortiça um caráter de exclusividade global, tornando extremamente complexa a deslocação dos atuais centros de produção europeus para eventuais dinâmicas de reindustrialização da economia americana”, observa a Apcor, que representa cerca de duas centenas de empresas, que são responsáveis por 80% do volume total de negócios do setor e 85% das exportações portuguesas de cortiça.
Com os Estados Unidos a posicionar-se como o quarto maior produtor mundial de vinho, detendo uma quota de cerca de 10% da produção global, “a ausência de alternativas locais ou internacionais capazes de substituir a rolha de cortiça reforça a importância estratégica destes produtos no mercado americano, em particular para a sua indústria vitivinícola”, sublinha a Apcor.
Eis porque “a isenção de tarifas é determinante para inverter as recentes tendências das exportações portuguesas de cortiça, garantindo maior competitividade no acesso a um dos mercados mais relevantes para o setor”, conclui a associação de um setor em que Portugal é líder mundial.
“Este é um momento de enorme importância para a fileira da cortiça e para a economia nacional. A defesa dos interesses de um setor em que Portugal é líder mundial foi assegurada graças a um esforço conjunto e coordenado de várias entidades, permitindo reforçar a posição estratégica dos nossos produtos no mercado americano”, remata a Apcor, deixando expresso o seu agradecimento “ao Governo de Portugal, à Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER), à Embaixada de Portugal nos EUA e à delegação da AICEP nos EUA o empenho e contributo decisivos para alcançar este resultado”.
(Notícia atualizada às 16:12)
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