Carlos Magno: "A nação está a estalar. Vivemos momentos dramáticos"
Carlos Magno, presidente da ERC, alertou o sector para a importância do digital, durante o 25º Congresso das Comunicações da APDC que decorre esta quinta-feira, 26 de Novembro.
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Durante o debate do Estado da Nação dos Media, Carlos Magno começou por dizer, em tom de brincadeira que "vivemos uma hora feliz, em que não há Governo. Vamos aproveitar esta meia hora que resta (até o Governo de António Costa tomar posse), para lembrar a frase de Thomas Jefferson: ‘Se tivesse que optar por imprensa livre ou Governo, optaria pela imprensa livre’".
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O presidente da ERC comentou ainda que, dado o tema do debate, Estado da Nação dos Media, seria possível fazer dois trocadilhos: "O estado dos media ou o estalo dos media". "Acho que é preciso evitar o trocadilho". Mas "a nação esta a estalar", acrescentou.
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"Vivemos momentos dramáticos. Há três anos fui criticado por dizer que os media precisavam de um plano Marshall e que era preciso proteger operadores do sector", relembrou durante a abertura do último painel do evento.
Para Carlos Magno, o futuro da regulação passa por defender a liberdade de imprensa "a todo o custo", "defender os cidadãos do abuso dos media" e "fazer com que espaço editorial seja separado dos outros poderes (político, económico e da justiça).
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Carlos Magno sublinhou ainda que "é preciso pensar digital. É preciso pensar a filosofia digital". "O pensamento analógico crónico do legislador pode levar à legislação medieval que impede a neutralidade de rede e a liberdade dos conteúdos. Passou a bolha mediática e uma certa efervescência digital. E agora temos que pensar no renascimento digital", alertou o presidente do regulador.
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Para Carlos Magno é ainda preciso perceber que hoje "estamos na metamorfose do analógico para o digital. A mensagem hoje já não é o meio, mas a marca. O título pode ser uma excelente plataforma multimédia", referiu.
"Em vez dos cinco minutos de fama, vamos passar a falar dos cinco megabytes de fama que cada um pode ter", disse.
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Para concluir a sua apresentação, Carlos Magno deixou ainda outra sugestão: "O futuro ministro da Cultura, que vai ficar com tutela da comunicação social do Estado, e digo isto porque não há tutelas da comunicação social, deve perceber que as indústrias culturais e criativas fazem parte da economia vital que temos que impulsionar".
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O presidente da ERC acha "muito bem" que a comunicação social fique na cultura, "porque tudo aquilo que fazemos é actividade cultural. Nesse sentido, o caminho que estamos a trilhar, do meu ponto de vista, é certo", concluiu.
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