"Chips" da Nvidia chegam ao centro de dados de Sines no primeiro trimestre de 2026
Os "chips" da Nvidia vão mesmo chegar a Portugal. Especificamente ao centro de dados instalado em Sines. A tecnológica americana vai enviar 12.500 semicondutores para aquele que promete ser o maior centro de dados da Europa, sendo também a primeira vez que a equipa de Jensen Huang vai instalar este tipo de "chips" na União Europeia.
Estes processadores gráficos vão ter morada fixa no primeiro edifício do centro da Start Campus, por via da Microsoft e da Nscale. O objetivo deste "chips", apresentados em março deste ano, visam responder aos avanços da inteligência artificial, equipando o megacentro localizado no sul do país.
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A encomenda - cujo valor deve ascender a vários milhões de euros - chega no primeiro trimestre do próximo ano, satisfazendo as necessidades deste centro de dados, que deve atrair mais 30 mil milhões de euros em investimento, além dos 8,5 mil milhões de euros já aplicados na construção.
Importa recordar que o atraso na chegada destes processadores se deveu aos Estados Unidos, que colocaram Portugal na lista de restrições à compra dos "chips" de inteligência artificial. No entanto, a Administração de Donald Trump reviu a lista e colocou Portugal na lista de aliados, permitindo a exportação destes equipamentos para o país.
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A Nscale vai ser também a responsável por levar os processadores da Nvidia a outros cantos da Europa. A empresa, que tem um acordo com a Microsoft em Sines, vai levar 20 mil "chips" GB300 para o Reino Unido a partir do primeiro trimestre de 2027, de forma a potenciar o maior supercomputador de IA em terras de Sua Majestade. Além disso, a Nscale vai levar 52 mil processadores da Nvidia até ao campus da Microsoft na Noruega.
É também desta forma que se conhece o primeiro cliente da Start Campus: a Microsoft. O objetivo da tecnológica liderada por Satya Nadella é reforçar a soberania tecnológica europeia e, com este investimento, capacitar as empresas nacionais com soluções de última geração.
Ao trazer este "chips" para Sines, as empresas posicionam Portugal como um "hub" estratégico, tirando partido das mega-instalações da Start Campus ainda em construção. A construção em Sines vai ter um total de seis edifícios, numa capacidade total planeada de 1,2 gigawatts.
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No entanto, a vinda destes "chips" para território nacional não está relacionada com a gigafábrica de IA que o Banco do Fomento está a tentar trazer para Portugal, e na qual a tecnológica está envolvida no processo. O CEO do Banco do Fomento, Gonçalo Regalado, garantiu ter um consórcio forte, no qual estavam envolvidos parceiros privados nacionais e internacionais para atrair para Sines uma gigafábrica de IA que Bruxelas pretende cofinanciar. Na altura, Gonçalo Regalado admitiu estar garantida a totalidade dos processadores gráficos necessários - num total de 100 mil - para o empreendimento, cujo investimento está em torno dos quatro mil milhões de euros.
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