Google assina código europeu da IA apesar dos desafios e preocupações

A tecnólogica assegurou que vai assinar o documento, ao lado de empresas como Mistral e OpenAI, mas deixou claro que existem preocupações que não podem ser esquecidas. A Google adiantou que vai continuar a apresentar sugestões de alterações.
Google teme que AI Act bloqueie desenvolvimento da tecnologia no bloco europeu.
AP
Inês Pinto Miguel 30 de Julho de 2025 às 16:30

A Google vai assinar o código de práticas da União Europeia que vai regular a Inteligência Artificial (IA), mesmo evidenciando preocupações com o futuro do desenvolvimento tecnológico do bloco. A casa-mãe da Google, a Alphabet, tentou pressionar a UE a adiar a implementação do AI Act, a lei que vai reger os Estados-membros e empresas no que respeita a IA, mas não teve sucesso. 

Numa carta partilhada no blog, o presidente de Global Affairs da Google e Alphabet, Kent Walter, admite que a empresa vai assinar o código, seguindo os passos de outras tecnológicas, ao mesmo tempo que acrescenta ter "esperança de que esta lei, tal como aplicada, promova o acesso de cidadãos e empresas europeias a ferramentas de IA seguras e de primeira qualidade".

PUB

Com a UE a situar-se na linha da frente da regulação da IA, Kent Walker lembra que a "implementação rápida e generalizada é importante" e que a Europa só tem a ganhar com a disseminação geral da IA, uma vez que a tecnologia é capaz de "impulsionar a economia em 8% (1,4 mil milhões de euros) anualmente até 2034".

Apesar de garantir que se verificaram avanços desde o primeiro rascunho deste código, para o qual as tecnológicas foram convidadas a dar sugestões, a Google assegura continuar preocupada "com o risco de que a lei e o código de IA desacelerem o desenvolvimento e a implementação da IA na Europa". "Em particular, desvios da legislação de direitos de autor da UE, medidas que atrasem as aprovações ou requisitos que exponham segredos comerciais podem lesar o desenvolvimento e a implementação do modelo europeu, prejudicando a competitividade da Europa", escreve o presidente de Global Affairs.

Ao lado da Google estão empresas como a OpenAI e a francesa Mistral, sendo provável que a Microsoft também assine este código. Este código de práticas vai aplicar-se ainda aos atuais e futuros modelos de IA que surjam no mercado, nomeadamente Gemini (Google), ChatGPT (OpenIA) e Llama (Meta). Até agora, a dona do Facebook tem-se recusado a assinar a missiva, alegando existirem incertezas legais para os programadores.

PUB
Pub
Pub
Pub