Nvidia investe mil milhões na Nokia e fica com 2,9% da empresa
A Nvidia vai investir mil milhões de dólares na Nokia, em troca de uma participação de 2,9% na empresa finlandesa. O acordo foi anunciado esta terça-feira e prevê uma colaboração estreita entre as duas tecnológicas para a criação de soluções em rede de inteligência artificial (IA), além de abrir porta à exploração de oportunidades para incluir os produtos da Nokia nos planos de infraestrutura IA da Nvidia.
O anúncio foi o suficiente para fazer com que as ações da empresa liderada por Justin Hotard disparassem mais de 20% em bolsa e atingissem o valor mais elevado em quase uma década. "Esta é uma forte confirmação das capacidades da Nokia", começa por explicar Paolo Pescatore, analista da PP Foresight, numa nota a que a Reuters teve acesso. "As redes de próxima geração, como a 6G, desempenharão um papel significativo na viabilização de novas experiências baseadas em IA", acrescenta.
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A Nokia vai emitir cerca de 166 milhões de novas ações para a Nvidia, que vai pagar uma contrapartida de 6,01 euros por título. Este acordo é mais um passo em frente dado pela empresa finlandesa para fazer crescer o seu negócio no ramo dos centros de dados - um dos grandes objetivos de Justin Hotard, CEO da tecnológica, que assumiu a posição no arranque do ano vindo da Intel.
A Nokia, em tempos conhecida pelo fabrico de telemóveis, mudou drasticamente o seu ramo de negócio, com a chegada dos "smartphones". A empresa passou a apostar na produção de infraestruturas e tecnologias de telecomunicações, incluindo equipamento que permite a conectividade entre centro de dados, bem como dentro dos mesmos - um ramo que tem ganho cada vez mais popularidade com o crescimento da tecnologia de IA.
As duas empresas assinaram ainda, embora separadamente, acordos com a norte-americana T-Mobile para começar a desenvolver o 6G, com recurso a tecnologia IA. De acordo com a Nokia, os testes devem arrancar já no próximo ano.
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No terceiro trimestre do ano, a empresa liderada por Justin Hotard registou lucros operacionais de 435 milhões de euros - um valor que ficou bastante acima das previsões dos analistas, que apontavam para os 342 milhões. A aposta na IA tem-se mostrado frutífera para a empresa, com a divisão a representar já 6% do total de receitas da tecnológica. "A procura por IA e centros de dados continua robusta. Na verdade, continua a acelerar, na nossa perspetiva", afirmou o diretor executivo em outubro, numa "call" com jornalistas.
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