OpenAI reage a Musk e denuncia tentativa de intimidar antigos funcionários da xAI
A guerra aberta entre Elon Musk e Sam Altman voltou a aquecer nos tribunais norte-americanos. A OpenAI pediu a um juiz federal em São Francisco que rejeite o processo por segredos comerciais apresentado pela xAI, acusando a “startup” de Musk de tentar intimidar antigos funcionários e de disfarçar problemas internos com ações judiciais.
Segundo a Bloomberg, a OpenAI considerou a ação “infundada” e acusou Musk de usar o sistema judicial como forma de “ameaçar e intimidar” os trabalhadores que decidiram trocar a xAI pela rival. A empresa liderada por Altman afirma ainda que não precisa nem quer qualquer informação confidencial de Musk para prosseguir a sua missão no setor da inteligência artificial.
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De acordo com a Reuters, a OpenAI defendeu em tribunal que os profissionais têm todo o direito de escolher onde querem trabalhar e que a saída de quadros da xAI para a sua concorrente reflete antes de mais a incapacidade de Musk em reter talento. “Sob a liderança de Musk, os talentos estão a abandonar a xAI em massa”, lê-se no documento entregue ao tribunal, no qual a OpenAI nega todas as acusações de acesso indevido a segredos comerciais.
A xAI, fundada em 2023, acusa a OpenAI de ter contratado pelo menos oito dos seus trabalhadores para aceder a informação estratégica, incluindo dados sobre o Grok, o chatbot que Musk apresentou como concorrente direto do ChatGPT. Segundo a Bloomberg, a empresa de Musk fala num “padrão profundamente problemático” de contratações destinado a enfraquecer a xAI. Até agora, os representantes da xAI não responderam aos pedidos de comentário.
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Esta batalha judicial surge num contexto de várias disputas entre Musk e Altman, que cofundaram a OpenAI em 2015, mas que se tornaram rivais declarados. De acordo com a Reuters, Musk tem em curso outros processos contra a OpenAI, incluindo um sobre a transformação da empresa em entidade com fins lucrativos. Em sentido inverso, a OpenAI também já processou Musk, acusando-o de assédio judicial.
A ofensiva legal da xAI não se limita à rival liderada por Altman. No final de agosto, a empresa processou a Apple e a OpenAI, alegando que as duas companhias conspiraram para limitar a visibilidade de plataformas concorrentes no ecossistema de aplicações da Apple. Tanto a Apple como a OpenAI rejeitaram as acusações e pediram a anulação do processo.
O litígio coincide com sinais de instabilidade na própria xAI. A empresa de Musk perdeu nos últimos meses executivos de topo, incluindo o diretor financeiro Mike Liberatore, que ao fim de três meses no cargo se juntou precisamente à OpenAI. O conselheiro-geral Robert Keele e o cofundador Igor Babuschkin também se demitiram recentemente, enquanto centenas de trabalhadores contratados para anotar dados foram dispensados numa reestruturação.
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Este cenário replica uma tendência observada em outras empresas do império de Musk. A Tesla, por exemplo, assistiu a várias saídas de executivos seniores em áreas estratégicas como baterias, energia e políticas públicas e a rede social X também perdeu gestores relevantes após a fusão com a xAI. Vários analistas sublinham que estas mudanças refletem dificuldades de gestão e uma cultura de trabalho marcada por elevada pressão.
Para a OpenAI, estas circunstâncias explicam a origem dos processos. Segundo a Bloomberg, a empresa considera que o verdadeiro objetivo da ação judicial da xAI não é proteger segredos industriais mas sim travar a saída de quadros qualificados e tentar ganhar tempo perante os avanços tecnológicos da rival.
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O tribunal federal de São Francisco decidirá agora se aceita o pedido da OpenAI para arquivar o processo. Independentemente do desfecho, a disputa acrescenta mais um episódio à rivalidade entre Musk e Altman e expõe a ferocidade da luta por talento e liderança no setor da inteligência artificial.
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