O que tem a dona da Barbie em comum com a OpenAI? Aparentemente nada, é verdade, mas tudo muda a partir de agora. A Mattel e a dona do ChatGPT assinaram um compromisso para usarem ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para criarem novos brinquedos e darem-lhes vida. 

A fabricante da famosa Barbie e dos carros Hot Wheels só vai revelar o produto que surge da parceria no fim do ano, uma vez que a união ainda está no início e ainda estão a ser desenvolvidas as sinergias. 

Em última análise, esta parceria pode resultar em jogos mais interativos, como é o caso do Uno, ou em assistentes digitais que tenham a aparência da Barbie ou da Polly Pocket. Para já, ainda há poucos desenvolvimentos sobre o tema, mas as possibilidades do encontro entre brinquedos e tecnologia são infinitos. 

"Estamos a planear anunciar algo no fim deste ano, e isso vai abranger todo o espectro de produtos físicos e algumas experiências", disse o diretor de franchising da Mattel, Josh Silverman, evitando comentar detalhes sobre o produto que estará a ser desenvolvido. 

“Aproveitar a tecnologia vai permitir-nos reimaginar o futuro dos jogos", sustenta o responsável.

Contudo, há um senão no negócio. A Mattel não está a licenciar a sua propriedade intelectual à OpenAI na parceria, significando que a também fabricante do He-Man mantém o controlo total dos produtos que estão a ser desenvolvidos entre os dois. 

A combinação entre brinquedos e tecnologia chega depois do filme da Barbie, que gerou receitas mundiais superiores a 1,4 mil milhões de dólares, e levou a que a Mattel procurasse ser mais do que uma fabricante de brinquedos. O próprio CEO da Mattel, Ynon Kreiz, já demonstrou interesse em transformar a empresa, nomeadamente acrescentando a produção de filmes, programas de televisão e jogos para smartphones com as personagens mais populares da empresa. 

A OpenAI, que iniciou as negociações com a Mattel durante o ano passado, tem traçado acordos com empresas com propriedade intelectual para as auxiliar no desenvolvimento de novos produtos, como é o caso da Mattel. 

No ano passado, a OpenAI reuniu-se com vários estúdios de Hollywood e executivos do meio para tentar formar parcerias na indústria do entretenimento, tentando encorajar a integração do seu gerador de vídeo, o Sora, no meio artístico. Contudo, as reuniões foram um fracasso e nenhum acordo foi traçado com as produtoras cinematográficas, isto numa altura em que os atores - especialmente de dobragens - desconfiam do avanço tecnológico provocado por este tipo de empresas.