OpenAI ameaça abrir guerra com Microsoft. Acusação anticoncorrência em cima da mesa
As tecnológicas podem estar em vias de romper com a parceria estratégica, mas a empresa de Sam Altman fica em pior estado caso avance com uma denúncia contra a Microsoft.
A OpenAI está a ameaçar subir a tensão com a Microsoft relativamente ao futuro da parceria e ameaça mesmo avançar com uma acusação anticoncorrencial contra a tecnológica fundada por Bill Gates. A notícia é avançada pelo Wall Street Journal (WSJ).
A dona do ChatGPT quer que a Microsoft liberte algum do controlo sobre os produtos de Inteligência Artificial (IA) e recursos de computação, ao mesmo tempo que tenta assegurar a aprovação da gigante tecnológica para se tornar numa empresa com fins lucrativos. O "ok" da Microsoft é essencial para que a OpenAI consiga abrir o capital e levantar mais recursos.
Contudo, as negociações têm sofrido poucas alterações nas últimas semanas e os executivos da criadora do ChatGPT estão a discutir aquilo que o WSJ diz ser "a opção nuclear". A OpenAI estará a discutir acusar a Microsoft de comportamento anticompetitivo durante a parceria entre as duas tecnológicas, o que pode envolver uma revisão dos reguladores federais dos termos do contrato por potenciais violações da lei da concorrência.
Este avanço pode significar o fim da relação de seis anos entre as empresas, atualmente considerada uma das parcerias mais bem-sucedidas a nível tecnológico. O relacionamento entre as duas empresas tem ajudado a alavancar o forte desempenho da dona do ChatGPT, especialmente depois de investir quase 14 mil milhões de dólares desde 2019, sendo que o acordo dava à Microsoft acesso antecipado à tecnologia desenvolvida pela OpenAI.
Um dos motivos de discórdia tem sido os termos de aquisição da Windsurf, uma startup de codificação. A Microsoft dispõe de acesso total à propriedade intelectual da OpenAI, sendo que tem o seu próprio produto de código, o GitHub Copilot, que compete diretamente com a OpenAI. No âmbito da compra da startup, os gestores da OpenAI querem impedir o acesso á propriedade intelectual da Windsurf.
Outro motivo que pode vir a danificar a relação é a falta de acordo sobre a participação que a Microsoft vai ter na OpenAI, caso a empresa fundada por Sam Altman avance para a abertura de capital. A tecnológica de Redmond está a pedir uma participação maior àquela que Sam Altman está disposta a abdicar.
E há uma agravante. A OpenAI tem de fazer a conversão para uma empresa pública até ao fim do ano, ou arrisca a perder 20 mil milhões de dólares em financiamento. A última ronda, datada no último dia de março e que angariou 40 mil milhões de dólares, decretou que o SoftBank, o maior investidor deste montante, poderia retirar metade do valor caso a OpenAI não se tornasse uma empresa com lucros.
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