TSMC "salta" em bolsa com decisão de abandonar equipamentos chineses na produção de chips
A TSMC estará ainda a criar um "mapa" dos fornecedores de matérias-primas, também com o objetivo de reduzir a dependência face à China.
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante mundial de semicondutores, vai deixar de usar equipamento chinês nas unidades industriais com os processos de fabrico mais avançados. O objetivo é reduzir a dependência chinesa, numa altura de tensões crescentes entre Taiwan e a China, e também evitar potenciais restrições norte-americanas.
Segundo a agência noticiosa Nikkei Asia, a TSMC não vai usar equipamentos de origem chinesa nas novas unidades de produção de fabrico de dois nanómetros, aquelas que são as mais avançadas da empresa e também as mais avançadas no mundo. Estas unidades deverão entrar em produção até ao final do ano.
O movimento surge em antecipação a uma possível nova legislação norte-americana que deverá impedir as empresas de semicondutores de acederem a financiamento público caso utilizem equipamentos chineses nos seus métodos de produção.
Atualmente, duas empresas chinesas – a AMEC e a Mattson Technology – constam entre os principais fornecedores de equipamentos à TSMC.
A TSMC vai ter três fábricas dedicadas a este método de fabrico, duas delas em Taiwan e uma no Arizona, nos EUA. Tipicamente, quanto mais reduzido é o processo de fabrico dos chips, melhor, pois permite às empresas encaixar mais transistores no mesmo espaço (ou fazer chips cada vez mais pequenos), o que permite aumentar a capacidade de processamento e a eficiência energética. Um método de produção mais pequeno significa também maior complexidade na engenharia do processo.
Segundo a agência Nikkei Asia, a TSMC já tinha considerado substituir os equipamentos de produção de origem chinesa no processo de fabrico de três nanómetros, mas seria algo mais complexo e demorado de fazer numa cadeia de produção já em funcionamento.
A TSMC estará ainda a criar um "mapa" dos fornecedores de matérias-primas, também com o objetivo de reduzir a dependência face à China.
"A estratégia de aprovisionamento da TSMC está focada em sistemas robustos de gestão de riscos e em parcerias com fornecedores, por forma a desenvolver soluções de fornecimento de diferentes origens", comentou a empresa em reação.
Como consequência a esta decisão, a TSMC fechou a sessão desta segunda-feira a subir 3,08% para os 1.170 dólares de Taiwan (cerca de 32,80 euros ao câmbio atual) na bolsa de valores local.
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