Cacesa puxa lucros dos CTT para 22,1 milhões no primeiro semestre

Negócio de Expresso e Encomendas catapultou as receitas da empresa de correios, beneficiando a integração da empresa espanhola adquirida em abril. A dívida pública também ajudou, com os CTT a quase duplicarem o volume de negócios nos serviços financeiros.
CTT finalizou aquisição da Cacesa em abril e espanhola já contou para as contas de maio e junho.
Duarte Roriz
Inês Pinto Miguel 28 de Julho de 2025 às 19:09

Os CTT apresentaram um lucro de 22,1 milhões de euros no primeiro semestre do ano, apoiado pelo resultado de 16,6 milhões de euros alcançados entre abril e junho. Em termos homólogos, este crescimento no semestre significa um salto de 11,7%, impulsionado pela aquisição da espanhola Cacesa. A procura por certificados de aforro ajudou às contas. 

A compra da Cacesa foi finalizada em abril deste ano e a operação já contribuiu para as contas do segundo trimestre, nomeadamente maio e junho, ajudando a impulsionar os resultados do semestre. Em comunicado à CMVM, a empresa liderada por João Bento afirma que o segmento de Expresso e Encomendas foi "a área que mais contribui para a receita dos CTT, graças ao crescimento do 'e-commerce' na Península Ibérica e à consolidação da Cacesa". 

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Já integrando a empresa de origem espanhola, este segmento cresceu 28,6% em termos homólogos, apresentando receitas de 270,6 milhões de euros. Segundo os Correios, os rendimentos foram "impulsionados pelo aumento do tráfego, por uma receita média por objeto mais elevada e pela consolidação da Cacesa no primeiro semestre". A empresa adianta que, se a Cacesa tivesse sido consolidada em igual período do ano passado, a receita teria crescido 18,2%. 

Unindo as operações na Península Ibérica, os CTT conseguiram processar cerca de 575 mil encomendas em cada dia útil do primeiro semestre. E ainda haveria espaço para crescer mais, mas o apagão e o efeito calendário - que eliminou dois dias úteis - afetaram as entregas.

O próprio correio assistiu a um decréscimo no primeiro semestre, perdendo 4,1 milhões de euros para um total de 236,5 milhões de euros. Os CTT destacam que esta quebra se deveu ao "desempenho da receita do correio endereçado, do correio publicitário não endereçado e dos pagamentos".

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As para os resultados do segundo trimestre. Sem os 8,6 milhões de euros acrescentados pelas eleições de maio, as receitas do segmento correio teriam caído 4,5% até aos 110,2 milhões de euros entre abril e junho.

Já o Banco CTT obteve nos primeiros seis meses do ano, apontando um aumento de 10,4% face ao semestre homólogo. Crescimento foi apoiado pela atração de clientes.

A empresa terminou o semestre com 13.798 trabalhadores, com a Cacesa a contabilizar 309 funcionários para as contas. Sem estes, o número total teria diminuído 2,3%, "refletindo a redução de pessoal nos serviços de Correio e da estrutura central".

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Os Serviços Financeiros deram um salto de 94%, em relação ao primeiro semestre de 2024. As receitas destes serviços, onde estão os certificados de aforro, apresentaram receitas de 21,6 milhões de euros no semestre em questão. 

A empresa liderada por João Bento adianta na comunicação à CMVM que se trata de um aumento de 10,5 milhões de euros, resultante "do desempenho dos títulos de dívida pública". "Os certificados de aforro assumem a liderança nas melhores taxas de juros entre todas as aplicações de capital garantido, num quadro de forte descida das taxas dos depósitos a prazo", indica a empresa. A apoiar este crescimento está o canal digital, onde os subscritores já canalizaram 78 milhões de euros.

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De acordo com os CTT, "foram efetuadas subscrições no montante de 3.548 milhões de euros, o que compara com 1.678,7 milhões de euros no período homólogo". Os certificados de aforro e os certificados do Tesouro geraram rendimentos de 13,7 milhões de euros nos primeiros seis meses, significando um crescimento homólogo de 216,9%.

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