"Entrei com o 2G e saio com o 5G". Mário Vaz rompe ligação à Vodafone Portugal
Mário Vaz chegou à Vodafone em 1992 e ocupou vários cargos na operadora de telecomunicações desde então. Em junho deste ano terminou a sua ligação à Vodafone Portugal, onde ocupava o cargo de "chairman", anunciou nas redes sociais, rompendo a sua ligação à empresa ao fim de quase 33 anos.
"Entrei como vendedor de Grandes Clientes e saí como 'Chairman' dessa grande empresa. Entrei com o 2G e saio com o 5G. Agora é tempo de modo 6G (geração > 60) da minha vida com a vantagem de não ter tido de disputar um leilão, nem ter tido de me sujeitar a nenhuma decisão regulatória. Apenas aconteceu quando achei que tinha de acontecer", escreveu nas redes sociais, lembrando as batalhas com o regulador e acenando à idade da reforma.
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"Ao fim de praticamente 33 anos encerrei no final de junho deste ano a minha ligação à Vodafone Portugal e ao sector das Telecom", quebrando o laço, embora assuma ter sido um "privilégio fazer parte de um setor que mudou a vida das pessoas e das empresas".
"De serviço de status e de acesso restrito, tornou-se serviço essencial para cada um de nós e para o funcionamento da sociedade e da economia. Trabalhei com pessoas extraordinárias, liderei uma equipa única, competi e colaborei com grandes profissionais e sinto um enorme orgulho de ser um de entre os muitos que fizeram deste sector um exemplo de que quando queremos e nos dão condições para tal, conseguimos ser dos melhores do mundo. Esperemos que os empecilhos, barreiras e tentativas de denegrir a imagem do sector a que assistimos em tempos recentes, sejam eliminadas e que seja possível manter o dinamismo, inovação, investimento e qualidade de serviço que caracteriza os actores de telecomunicações históricos do nosso mercado", acrescentou o gestor, pedindo que seja dada a possibilidade do setor se movimentar na sua ordem natural, aproveitando para lançar farpas em direção à Digi.
Mário Vaz agradece ainda à equipa da operadora, aos parceiros ao longo dos anos, mas também aos concorrentes e aos clientes. "Pelo que me ajudaram, pelo que me ensinaram, pelo que me desafiaram, permitiram-me sair da empresa com o sentimento de dever cumprido e de alma cheia", apontou.
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O gestor foi CEO da Vodafone Portugal por um período de 10 anos, entre setembro de 2012 e março de 2023, para depois aceitar o desafio de liderar a operadora em Espanha até julho de 2024. Nessa altura, regressou a Portugal para assumir a presidência da operadora.
A 1 de junho, Mário Vaz foi substituído por José Miguel García como CEO da Vodafone Espanha, depois da operadora ter sido comprada pelo fundo britânico Zegona por cinco mil milhões de euros.
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Na secção de comentários da publicação alusiva à sua saída multiplicam-se reações do setor. O CEO da Nos, Miguel Almeida, e o ex-CEO da Altice, Alexandre Fonseca, foram apenas dois que escolheram agradecer o legado deixado por Mário Vaz.
"Ao longo das últimas décadas, o setor das telecomunicações em Portugal transformou-se profundamente e muito desse caminho foi feito lado a lado, com empresas e gestores que partilharam a mesma ambição: ligar pessoas e impulsionar o desenvolvimento do país. O Mário é, sem dúvida, um desses gestores. O seu percurso ajudou a construir um setor mais moderno, mais competitivo e mais próximo das pessoas", escreveu Miguel Almeida, lembrando a concorrência "sempre com 'fair-play', por um setor mais inovador".
Já Alexandre Fonseca, que hoje é administrador do TagusPark, desejou "que a viagem daqui em diante seja ainda mais fantástica". "Foi sempre um gosto partilhar contigo este setor, mesmo que várias vezes com ideias distintas, mas sempre com elevação e acima de tudo, vontade de fazer crescer esta indústria que ajudámos a desenvolver. O meu reconhecimento público pelo carácter, competência e profissionalismo sempre demonstrado. Um exemplo para os muitos profissionais do sector, para outros líderes em Portugal e alguém que também me ajudou a crescer e a ser melhor, pela concorrência sã e forte sempre demonstrada", acrescentou.
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