"Estamos a ver a Woo a crescer, mas isso tem impacto nas contas", diz Miguel Almeida
Está quase a fazer um ano desde que a Digi começou a distribuir os seus serviços em Portugal, impactando diretamente os históricos operadores. Com os lucros a encolherem 9,2% até setembro, uma vez que este ano não houve efeitos extraordinários com a venda de torres, a Nos tem visto o número de clientes a crescer na marca mais acessível, o que acaba por impactar os resultados gerais da operadora.
Miguel Almeida, CEO da Nos, admite que o ambiente de negócios se tem mantido estável ao longo destes últimos 12 meses. "Para ser totalmente transparente, nestes últimos meses não houve notícias relevantes e que tenham mostrado sinais diferentes", disse o responsável durante a "call" com analistas
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"Desde novembro que a dinâmica tem sido praticamente a mesma. No nosso caso, há algum peso em termos de gross adds [aumento bruto de clientes] nas marcas económicas, mas esse valor ainda está num único dígito, o que mostra estabilidade. Não estamos a ver algo a mudar em relação ao que já vimos na primeira metade do ano", adianta Miguel Almeida aos analistas.
CEO da Nos
Questionado sobre se a queda que tem vindo a ser sentida nas receitas por utilizador se vai manter, dado que que no terceiro trimestre caiu 1,8%, o CEO justifica-se com "pressões" ao longo de toda a cadeia. "Há várias pressões e justificações para esta quebra. O 'mobile data' caiu, desde novembro que temos vindo a crescer na Woo, que tem uma receita média mais baixa do que a marca Nos, o que tem um impacto progressivo, e no início do ano não aumentámos os valores dos contratos", afirma, acrescentando que a receita média acaba por ser prejudicada por esta combinação.
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Ainda assim, Miguel Almeida é consistente: "é injusto dizer que estamos a priorizar o volme face ao preço. Não queremos dar muito espaço às marcas económicas, e por isso também lançámos uma, mas isso tem impacto. Progressivamente temos mais clientes neste segmento, com receitas médias mais pequenas, muito mais pequenas. Quando vemos a receita média conjunta, vemos que há um impacto direto".
Sobre uma competição mais direta com a Digi - com a operadora romena a admitir estar a ganhar clientes -, o CEO da Nos diz que não vai dar espaço. "Não vamos dar muito espaço ao novo entrante, mas queremos encontrar o balanço certo", mas a operadora assegura que náo está a sentir um aumento da pressão por parte da linha de retenção para a renegociação de contratos. "Não temos visto grandes aumentos de clientes a tentar renegociar os contratos, portanto está tudo estável dentro do ambiente competitivo".
Numa tentativa dos analistas perceberem se é possível esperar um aumento de preços no início de 2026, Miguel Almeida sustenta que a operadora ainda não tomou qualquer decisão. "Ao dia de hoje ainda não temos qualquer decisão, mas estamos a avaliar a opção [de aumentar preços]. Não temos uma conclusão, estamos a olhar para essa possibilidade e brevemente, até ao fim de novembro e dentro do prazo, vamos comunicar ao mercado".
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