Possível reestruturação da dona da Meo coloca credores em alerta

A possível venda de ativos da Altice International, dona da Meo, colocou os detentores de dívida da empresa atentos aos próximos passos do grupo de telecomunicações. Objetivo será conseguir liquidez para reduzir o endividamento, mas Altice não pensa em desmantelar operações na íntegra.
Patrick Drahi
Miguel Baltazar
Inês Pinto Miguel 08 de Maio de 2025 às 13:34

Os credores da Altice estão atentos aos próximos movimentos de Patrick Drahi, especialmente antes da próxima reestruturação, que ameaça ser mais agressiva no plano internacional.

O Financial Times afirma existirem investidores e analistas preocupados com o risco de desinvestimento de ativos para os detentores de dívida na Altice International, onde se insere a operação portuguesa. A lei francesa terá impedido Drahi de tomar medidas mais agressivas em relação à operação da Altice France, onde conseguiu eliminar 8,6 mil milhões de euros em dívida a troco de 45% do controlo da empresa.

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A Altice International engloba as operações de Portugal, Israel e República Dominicana, enquanto os ativos de França e EUA estão em operações próprias.

Em agosto do ano passado, durante uma conferência com analistas, a Altice afastou a venda total da operação portuguesa, embora não tenha descartado a venda separada de alguns ativos

Em abril, aquando da conferência após a apresentação dos resultados de 2024, um porta-voz do grupo adiantou que "levantar dívida ao nível da FastFiber [fibra ótica em que tem posição maioritária] para conseguir liquidez para a Altice International" era uma opção. O porta-voz explicou que a prática já tinha sido feita noutros países com estes ativos e que "podemos considerar algo semelhante em Portugal, mas também outros ativos", deixando a pairar o ar a atratividade dos restantes ativos

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Um conjunto de detentores de obrigações que representa 85% da dívida de 8,2 mil milhões de euros da Altice International assinaram um acordo de cooperação para evitar pactos paralelos.

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Contudo, a Altice confirmou à publicação que as negociações de reestruturação dos negócios internacionais não se encontram na agenda para este ano e que não tem "urgência" em relação à maturidade da dívida.

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