Dona da Meo em negociações para lançar serviços financeiros
O CEO da Altice Portugal disse à Reuters que está a negociar com dois bancos nacionais uma parceria para expandir a sua oferta à área de serviços financeiros. E continuam à procura de sinergias na área dos media.
A dona da Meo está "discutir activamente" com duas instituições financeiras nacionais o alargamento da sua actividade à área de serviços financeiros digitais. A informação foi revelada pelo presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, em entrevista à Reuters.
O gestor não revelou o nome dos bancos, mas acredita que no próximo ano a empresa estará pronta para lançar estes serviços.
"Neste momento, a Altice Portugal está a falar com duas instituições financeiras nacionais (...) sobre a possibilidade de expandir a sua oferta para a área de serviços financeiros". "É natural que no próximo ano talvez possamos assistir de facto ao continuar do alargamento do nosso portfólio de produtos e serviços também à área financeira. É uma possibilidade, sem dúvida".
Alexandre Fonseca revelou, contudo, que as conversações estão a ser feitas "não com a banca de retalho tradicional, mas com os seus canais digitais de serviços de nova geração na área financeira, que em Portugal ainda estão pouco evoluídos e podem ser exponenciados com sinergias com uma entidade como uma operadora de telecomunicações".
"Estas parcerias ou sinergias com o sector financeiro", continuou Alexandre Fonseca, "terão de ser feitas com instituições financeiras com credibilidade, com espaço firmado, de preferência instituições nacionais, que são as que conhecem melhor o mercado", assegurou.
Como a Reuters relembra, em Julho de 2017, o jornal francês Le Parisien noticiou que o Grupo Altice queria criar um banco digital na Europa. Um plano que segundo Alexandre Fonseca apesar de estar "'on hold'", "não impede que se forneçam serviços financeiros, porque não é preciso ter um banco para tal".
No campo dos media, depois da compra falhada da Media Capital, Alexandre Fonseca sublinha que a nível global a convergência entre empresas de media e telecomunicações "está a acontecer porque tem de acontecer, não há alternativa".
Por essas razões, o grupo mantem a estratégia: "Nós estamos tranquilamente a procurar sinergias neste momento, e quando for oportuno analisaremos oportunidades que possam surgir e que também decorram de uma postura regulatória e de concorrência distinta daquela que infelizmente nós verificámos com este processo da Media Capital", comentou. Mas acrescentou que "o caso Media Capital está encerrado e não há, neste momento, nenhuma perspectiva de aquisição no horizonte".
(Notícia corrigida às 19:19 no título. Onde se lia banco digital devia ler-se serviços financeiros)
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