A Oi mantém a política de remuneração accionista, tendo garantido aos analistas, na conferência telefónica realizada terça-feira, 19 de Fevereiro, que vai manter a proposta de pagar adicionalmente pelo exercício de 2012 mil milhões de reais (a câmbios actuais 380 milhões de euros).

"Reafirmamos que proporemos na assembleia um montante de dividendo de mil milhões reais, em complemento ao pago em Agosto 2012", disse Alex Zornig, director financeiro da Oi. A este valor a empresa tem previsto o pagamento de mais mil milhões de reais em dividendos ordinários.

A empresa mantém a intenção de continuar a política de remuneração anunciada em Abril de 2012, fazendo depender o pagamento dos dividendos adicionais à manutenção de um rácio de dívida líquida sobre o EBITDA até três vezes. Em 2012, a dívida líquida de 25 mil milhões de reais foi de 2,85 vezes o EBITDA que totalizou 8,8 mil milhões de reais.

"Os dividendos continuam com essa regra", assegurou o mesmo responsável aos analistas, acrescentando estar confiante de que os objectivos vão ser cumpridos. Caso a Oi veja que está com dificuldades em operacionalmente manter-se dentro desse rácio, a operadora admitiu que tem a possibilidade de vender activos não "core" para cumprir o objectivo.

Nas perspectivas dadas para 2013, a Oi aponta para a manutenção da dívida líquida até três vezes do EBITDA. Nessas perspectivas, a Oi aponta para receitas de serviço este ano entre 28 e 29 mil milhões de reais e um EBITDA entre nove e 9,8 mil milhões de reais. 

O objectivo de investimento anual é de seis mil milhões de reais e, com isso, mantém-se o objectivo de remunerar os accionistas. Segundo noticiou em Janeiro a "Folha de S. Paulo", este terá sido um dos motivos que levou à saída do anterior presidente executivo da empresa, Francisco Valim, que alegadamente pretendia aumentar o nível de investimentos, o que poderia comprometer o nível de dividendos nos dois mil milhões de reais por ano. Já em Janeiro, a empresa viu-se, com a mudança de presidente, obrigada a reiterar a projecção de distribuição de dividendos.

A PT ficou com uma posição económica na Oi superior a 23%, depois da simplificação societária da empresa brasileira.