Para o presidente executivo da Vodafone Portugal, Luís Lopes, "não há qualquer explicação" para a oposição da Autoridade da Concorrêcia à compra da Nowo, operadora com menos de 2% de quota. Uma situação que tem causado perplexidade à casa mãe, revelou o gestor no congresso da APDC."P
assou um ano e a operação ainda não está concluída", lamentou o gestor, que detalhou que estão à aguardar a decisão final depois do sentido provável de decisão do regulador ir no sentido de não aprovação. Apesar de ter uma quota de mercado entre 2,5% e 3%, a AdC entende que a operadora tem um valor concorrencial superior, devido à forte pressão que exerce para reduzir preços."Estamos a falar de um operador com uma quota marginal", disse Luís Lopes relembrando que a Vodafone apresentou um conjunto de remédios para responder às preocupações do regulador.Luís Lopes revelou que a casa mãe
olha para esta situação com "uma perplexidade enorme e uma incompreensão muito grande". E deixou o recado que "essa incompreensão já aconteceu no passado no leilão do 5G, relativamente ao modelo como foi construído na altura". E o CEO da Vodafone Portugal foi mais longe: "Existe um risco grande de um investidor estrangeiro não perceber o que se passa no país e retirar o investimento". Como tinha sido noticiado no final de fevereiro, a Vodafone Portugal tinha entregue um novo pacote de "remédios" - soluções apresentadas para fazer face às preocupações com a concorrência - à AdC no âmbito do processo de aquisição da Nowo anunciada em setembro de 2022.
Este novo pacote complementava o anteriormente apresentado, onde já se incluía um acordo com a Digi prevendo a cedência de parte do espectro da Nowo e o acesso a uma oferta grossista bitstream sobre a rede de fibra óptica detida pela Vodafone.