António Costa: Contrato de subconcessão da Carris “devia ser investigado”

O primeiro-ministro considera que o contrato com o grupo mexicano ADO para a subconcessão da Carris, entretanto anulado, é “um mistério”. “Espero que ninguém tenha de indemnizar o Estado por algumas despesas em que tenha de incorrer nessa matéria”, afirmou.
António Costa: Contrato de subconcessão da Carris “devia ser investigado”
01 de Fevereiro de 2017 às 13:04

O primeiro-ministro António Costa  considerou esta quarta-feira, 1 de Fevereiro, dia em que o Estado entregou as chaves da Carris à Câmara de Lisboa, que o contrato de subconcessão da empresa de transporte público aprovado pelo anterior Governo à Avanza, do grupo mexicano ADO, entretanto revertido pelo actual Executivo "é um verdadeiro mistério que alguém um dia devia investigar".

PUB

António Costa realçou que "esse contrato foi chumbado pelo Tribunal de Contas" e que " foi feito em situações muito duvidosas". "Toda a gente sabia que o Estado não tinha direito de o celebrar, não tinha competência para isso, a competência era do município, e sabia que havia um contencioso judicial", afirmou o primeiro-ministro, acrescentando achar "muito estranho que alguém à última da hora tenha vindo do México para Portugal comprar uma empresa em situação tão duvidosa como aquele negócio se preparava para ser feito".

O primeiro-ministro sublinhou ainda que "não há litígio nenhum" com a anulação do contrato e que "o Estado não vai pagar com certeza nenhuma indemnização".

PUB

"Espero é que ninguém tenha de indemnizar o Estado por algumas despesas em que Estado tenha de incorrer nessa matéria", frisou.

António Costa, que participou na cerimónia que assinalou esta quarta-feira a passagem da Carris para a autarquia, salientou a importância da passagem da empresa de transporte público para a entidade que gere a via pública e a possibilidade de beneficiar de sinergias.

Destacou ainda que esta mudança permite "libertar o conjunto dos portugueses dos encargos que tiveram durante anos a sustentar uma companhia de transporte da cidade de Lisboa", acrescentando que agora "deixarão de ser todos os portugueses a pagar o transporte da cidade de Lisboa e do Porto".

PUB

Relativamente ao pedido de apreciação parlamentar do PCP ao decreto-lei do Governo que determinou a passagem da Carris para o município, Costa sublinhou que os partidos que apoiam a actual solução de Governo foram ouvidos.

"A transmissão da propriedade da Carris não está em causa, o que está é garantir que um futuro governo do PSD não volte a tentar privatizar a Carris como o anterior Governo. Não há mais nada em causa", afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que "a estabilidade é total, como já se viu na TSU, como se vê agora".

1/9
Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios Foto: Miguel Baltazar/Negócios
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais Carris António Costa transportes
Pub
Pub
Pub