Greve nos portos dita prejuízos diretos de 5 milhões. Setor pede intervenção de Montenegro
As greves que têm sido convocadas pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores Administrativos das Administrações Portuárias (SNTAP) já levaram a que fossem “canceladas dezenas de escalas de navios de carga e sobretudo de passageiros, comprometendo seriamente a atividade dos portos e, por conseguinte, a conectividade do nosso país com o resto do mundo”.
Numa carta aberta enviada esta terça-feira ao primeiro-ministro, as comunidades portuárias e as principais associações representativas do setor marítimo-portuário manifestam “a sua profunda preocupação relativamente ao conflito laboral que atualmente separa os Ministérios das Finanças e das Infraestruturas do SNTAP” e apelam a uma intervenção urgente de Luís Montenegro.
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Depois de um período de greve que teve lugar entre 23 de outubro e 8 de novembro, o sindicato convocou nova paralisação até 13 de dezembro, o que “tem tido consequências devastadoras para a economia e para a imagem dos portos portugueses”.
Segundo afirmam os subscritores da carta aberta, “grandes armadores globais, com um peso significativo na ligação marítima de Portugal ao comércio internacional, têm vindo a alterar as rotas dos seus navios de modo a evitar os portos nacionais” e existe “um receio fundado e o risco de que alguns desses serviços, essenciais à atividade exportadora e importadora portuguesa, possam não regressar aos nossos portos, agravando ainda mais os prejuízos já sentidos e colocando em risco a sustentabilidade de todo o setor e da economia nacional”.
De acordo com informação recolhida junto de vários agentes de navegação, frisam que os prejuízos diretos no setor “ultrapassem já os cinco milhões de euros, valor este que tende a agravar-se a cada dia de paralisação adicional”.
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Pedem assim a Luís Montenegro que “intervenha, com caráter de urgência e de forma decisiva, no sentido de promover o diálogo entre as partes envolvidas e encontrar uma solução célere e duradoura para este conflito”, já que “só assim será possível salvaguardar o interesse nacional, proteger os milhares de postos de trabalho direta e indiretamente dependentes da atividade portuária e garantir a competitividade de Portugal no panorama marítimo internacional".
Os subscritores da carta-aberta são as comunidades portuárias de Aveiro, Figueira da Foz, Leixões, Lisboa, Setúbal, Sines e Viana do Castelo, assim como as associações dos Armadores da Marinha e Comércio (AAMC), Empresarial do Distrito de Viana do Castelo (AEDVC), dos Transitários de Portugal (APAT), a Câmara do Comércio e Indústria de Viana do Castelo, o Conselho Português de Carregadores, o Terminal de Carga Geral e de Granéis de Leixões, a Yilport e a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR).
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