Metro de Lisboa suspende ligação pedonal a Amoreiras anunciada pelo Governo
"No Natal de 2018 se não estiver pronto está muito próximo de estar pronto". Foi assim que, em Maio de 2017, o ministro com a tutela dos Transportes, João Matos Fernandes, se referiu à construção de uma ligação pedonal entre o Rato e as Amoreiras, na capital. Agora, é já certo que o calendário não se vai cumprir. A ideia está suspensa. E pode mesmo nunca avançar, segundo afirma o presidente da administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, em entrevista ao Público.
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"De início, pensou-se nesse calendário, mas depois começou-se também a pensar em acelerar a Linha Vermelha, com a ligação de S. Sebastião a Campo de Ourique. E ao acelerar essa ligação talvez faça sentido não avançar com a ligação pedonal", começa por explicar, na entrevista ao Público, a razão pela qual a ligação "está parada". "Está em suspenso, porque o objectivo era aproximar as Amoreiras da linha", continuou.
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Esta ligação pedonal subterrânea teria cerca de 300 metros, ligaria o metro, no Rato, à Praça de Santa Isabel, para permitir o acesso às Amoreiras, prevendo-se um custo de 15,6 milhões de euros. Não vai acontecer, para já. Assim, o plano de desenvolvimento operacional do Metro de Lisboa, que Matos Fernandes anunciou, já não vai ser cumprido na totalidade.
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Autorização para Campo de Ourique
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Nesse plano, estava previsto prolongar a linha vermelha, de São Sebastião até Campo de Ourique, passando pelas Amoreiras. É este que, podendo ser acelerado, põe um travão à parcela pedonal. Não havia datas, já que não há garantias de financiamento para o projecto que custará 186,7 milhões de euros. Neste caso, Vítor Domingues dos Santos quer mesmo avançar. E está já a dar passos nesse sentido. Mas continua sem garantias de financiamento.
"Vamos, a curto prazo, pedir autorização à tutela para iniciar o projecto de S. Sebastião até Campo de Ourique, e estamos a pensar se levamos já o projecto até Alcântara. O mais provável é que seja até Campo de Ourique tendo em conta os investimentos. Mas isto não se fica por aqui", respondeu ao Público. Trata-se do projecto de engenharia, para ser elaborado em 2019, para, "eventualmente com os fundos 2020, poder-se avançar para os trabalhos naquele ano".
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Antes disso, avança já o projecto da linha Circular, que passa pela construção das estações de Santos e Estrela para fazer a ligação entre o Rato (linha amarela) e o Cais do Sodré (linha verde). Quando foi anunciado, o objectivo assumido pelo Governo era que os concursos das empreitadas começassem no segundo semestre deste ano para que, no fim de 2021, houvesse já serviço.
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Ao Público, Vítor Domingues dos Santos avança com outro prazo para a abertura das estações: "Em 2023-2024". "A nossa expectativa é ter a primeira contratação de empreitada no terceiro trimestre de 2019". As empreitadas custam 210 milhões de euros, a juntar ao investimento de 50 milhões de euros para novas composições.
Para já, o que há é o projecto de Declaração de Impacte Ambiental, do qual o presidente do Metro discorda parcialmente: "O projecto de DIA, quando muito, pode ter algumas obrigações com que nós não concordamos. Questionámos a comissão de avaliação e esperamos que a DIA apareça dentro de duas semanas".
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Oferta melhora em 2019
Em relação à actual oferta, Vítor Domingues dos Santos conta ao Público que há 12 unidades triplas, o que corresponde a seis comboios, de um total de 111 unidades, imobilizadas para revisão ou manutenção.
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"A previsão que temos é de chegar ao fim do ano com três a seis unidades triplas paradas, o que significa que iremos começar 2019 já quase em plena capacidade", conta.
Ao Negócios e à Antena 1, Vítor Domingues dos Santos tinha já revelado a vontade de que, neste Inverno, já pudesse ter o Metro a funcionar em melhores condições.
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