Airbus volta a cortar produção do A380
A redução da procura por parte de clientes e as dificuldades de escoamento levaram o fabricante aeronáutico europeu Airbus a anunciar um novo corte na produção do A380, o seu modelo comercial de maiores dimensões.
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Aquando do primeiro corte, em Julho, os planos da companhia francesa para o próximo ano passavam pela produção de 20 aviões, abaixo dos 27 fabricados no ano passado, e de outros 12 aparelhos a partir de 2018.
Agora, a empresa estima adiar para 2018 a entrega de seis dos aviões que deveriam ser produzidos no próximo ano, enquanto a finalização de outros seis aparelhos transitará de 2018 para 2019. Assim, em 2017 deverão ser produzido 14 aviões em vez dos 20 esperados aquando da primeira revisão.
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A alteração, segundo o Wall Street Journal, resulta de um acordo entre a aeronáutica, a Emirates Airline (o maior comprador dos A380), e a Rolls-Royce, que fabrica os motores. Mas a razão para o corte na produção não foi revelada.
Os modelos de grande dimensão dos maiores fabricantes do mundo têm-se deparado com desafios nos últimos anos. À redução de interesse por parte das companhias aéreas - que procuram agora modelos mais pequenos, com menor consumo de combustível - acresceu ainda o corte na produção do concorrente da Boeing, o jumbo 747-8, sintoma igualmente da falta de procura.
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A entrega das encomendas à Emirates tem sofrido ligeiros atrasos devido a preocupações com problemas técnicos com os motores fornecidos pela Rolls-Royce, que já terão sido entretanto resolvidos. Por outro lado, a quebra na procura de serviços premium e o reflexo da queda dos preços do petróleo no valor dos bilhetes têm levado a companhia a abrandar a integração de novos aparelhos.
O jornal recorda ainda que, no início deste ano, outros clientes retiraram aparelhos da sua lista de encomendas. A Air Austral cancelou o pedido de dois aviões ao fabricante; a Malaysia Airlines, detentora de seis A380, já anunciou que iria deixar de voar com o superjumbo dentro de cerca de dois anos; a Qantas Airways não vai adquirir mais nenhum avião do modelo de dois andares e a Singapore Airlines não quer renovar o contrato de leasing do primeiro aparelho recebido na sua frota.
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No início do ano, a Iran Air assinou um contrato de compra de 114 aviões da Airbus. No entanto, quando o plano foi avaliado na semana passada em mais de 18 mil milhões de dólares (17,22 mil milhões de euros), o estado iraniano, detentor da companhia aérea, recuou na compra dos 12 aviões A380 que faziam parte da lista. A Iran Air argumenta que a restante frota adquirida à empresa será suficiente.
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