Lufthansa mantém interesse na TAP, mesmo com "avanços e recuos". ITA é o foco

A Lufthansa fala pouco da TAP, admitindo estar concentrada na ITA Airways até existir algo em concreto sobre o processo da companhia portuguesa. Avanços e recuos no processo parecem não satisfazer alemães.
Carsten Spohr, CEO Lufthansa
Lando Hass/AP
Inês Pinto Miguel 31 de Julho de 2025 às 17:30

A Lufthansa levantou um pouco o véu no que respeita à TAP, mas não deu grande relevância a um processo que ainda agora arrancou. A companhia alemã é uma das interessadas na companhia portuguesa desde o anúncio da nova privatização, mas optou sempre por ser comedidas nas palavras até ter algo em concreto. O CEO, Carsten Spohr, está concentrado na aquisição da ITA. 

"Já todos vimos os avanços e recuos neste processo no passado. No último trimestre já tinha dito que isso [processo de privatização] levaria mais tempo do que as pessoas estavam a pensar", atirou Carsten Spohr na sequência de uma teleconferência com analistas, após apresentar lucros de 127 milhões de euros no semestre. 

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Confirmando que os consecutivos atrasos do processo, num momento em que ainda não se conhece o caderno de encargos da venda da TAP, três semanas após o anúncio da privatização de 49,9%, têm tido algum impacto, o CEO da Luthansa não nega que a companhia portuguesa é interessante. 

"Não é supresa que todos os grandes 'players' europeus - sediados em Londres, Paris ou Frankfurt - estejam atentos" ao processo de privatização da transportadora portuguesa, considerou. 

Mediante a falta de detalhes de um processo que teve arranque marcado para março deste ano, e que foi adiado por causa da queda do Governo, Carsten Spohr confirmou que o foco está na italiana ITA Airways. "Por agora estamos satisfeitos em concentrar-nos na ITA [companhia onde adquiriu uma participação de 41%], pelo que não há pressa do nosso lado", vincou.

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Sobre futuras operações de fusões e aquisições, o líder do grupo alemão admite falar "quando as coisas acontecerem e não quando elas estão previstas".

Antes da Lufthansa, já o CEO da Air France-KLM tinha comentado o interesse da companhia aérea na TAP, mas considerando que o negócio terá de ser estudado, estando a aguardar as condições que serão exigidas pelo Estado português.

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Contudo, Benjamin Smith considerou que as medidas da concorrência europeia também vão ter de falar por si. E deixou em aberto uma eventual desistência do processo "se houver remédios demasiado rígidos" que tirem atratividade à operação. Isto porque, entretanto, a Air France-KLM avançou com a compra de uma posição maioritária no capital da SAS.

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