Ramiro Sequeira quase dobra salário na TAP em reestruturação
A Comissão de Vencimentos da TAP aprovou a subida do salário mensal de Ramiro Sequeira para 35 mil euros brutos por mês, quase duplicando assim o montante que auferia antes como diretor de operações (COO). A mexida tem efeitos retroativos a meados de setembro, quando passou a CEO interino da companhia aérea.
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Segundo o Eco, que detalha os valores envolvidos nesta atualização salarial aprovada enquanto era desenhado um plano de reestruturação com despedimentos, o Governo deu aval aos novos ordenados na cúpula da transportadora, apesar de não ter um representante nesta comissão de vencimentos.
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Apesar da revisão em alta, que abrangeu também o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho (de 12 mil para 13,5 mil euros brutos mensais), e Alexandra Vieira Reis, que entrou para a comissão executiva (de 14 mil para 25 mil), Ramiro Sequeira fica longe dos 45 mil euros brutos de rendimentos fixos do antecessor, Antonoaldo Neves, a que acresciam 14 mil euros para casa e a educação de filhos.
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Como o Negócios adiantou a 20 de dezembro, o gestor alemão Christoph Mueller poderá ser o novo presidente executivo da TAP. Em outubro, o Governo contratou a Korn Ferry para selecionar o novo CEO para a transportadora e este foi um dos nomes identificados pela consultora.
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Os membros do conselho de administração também vão ser abrangidos pelas reduções salarais de 25% a 30% previstas no plano de reestruturação da TAP, justificadas pela "necessidade de adequar os salários à realidade atual". Ficam isentas de corte as remunerações base até 900 euros.
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Além da redução da massa salarial do grupo em 250 a 300 milhões ao ano e do número de aviões comerciais que compõem a frota da companhia, de 108 para 88, o plano entregue à Comissão Europeia prevê ainda o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
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Suspensos acordos de empresa
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O plano implica também a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da TAP. O Conselho de Ministros aprovou na semana passada uma resolução que declara em "situação económica difícil" a TAP, a Portugália e a Cateringpor, a empresa de 'catering' do grupo TAP.
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Através de um comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) já veio condenar o "golpe baixo" e "traiçoeiro" aos trabalhadores da TAP, aplicado por "um Governo do PS e por um ministro [Pedro Nuno Santos] que não se cansa de se autointitular de esquerda".
"Os trabalhadores foram violentamente agredidos com a notícia da resolução do Conselho de Ministros que, cobardemente, veio roubar aos trabalhadores uma das conquistas mais antigas e sofridas do seu já longo historial de lutas", afirmou o sindicato, referindo-se à contratação coletiva, cujo primeiro acordo coletivo de trabalho foi assinado há 50 anos.
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