Sindicatos dos trabalhadores "veem com bons olhos" que Estado assuma destinos da TAP
"É, portanto, nesta fase crítica da vida da TAP em que nos encontramos, que vemos com bons olhos que o Estado passe a assumir os destinos da empresa, salvaguardando os interesses dos trabalhadores e da companhia aérea nacional que é e será sempre um embaixador de Portugal no mundo", sublinharam.
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Esta é a posição do Sindicato dos Trabalhadores da Área Metropolitana do Porto e do Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação versada num comunicado conjunto.
Os sindicatos realçam ainda a "importância do diálogo" por parte da TAP que, nesta vertente, "tem falhado".
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No seu entender, cabe à TAP, "num processo transparente e construtivo", reunir com as todas as organizações representativas dos trabalhadores de modo a que, em conjunto, possam ser encontradas soluções que, por um lado, viabilizem o futuro da empresa no médio e longo prazo e, por outro, sejam garantidos os direitos dos trabalhadores, garantindo que o custo desta reestruturação não recaia apenas sobre estes.
"Recordamos, para o efeito, o já amplo esforço feito pelos trabalhadores entre 2011 e 2015 para revitalizar a companhia. Que a memória nunca falhe", adiantaram.
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Na nota, os sindicalistas sublinharam que a estratégia "apressada e de gigantismo do Governo privatizador" resultou numa "venda fora de horas a preço de saldo" da maioria do capital da empresa e a consequente entrega da administração da companhia a um acionista privado, cujos objetivos "expansionistas se revelaram totalmente ruinosos".
"Com a crise no setor da aviação, provocada pela covid-19, cedo se percebeu que a estratégia delineada pela atual administração da TAP passou por provocar uma "volumetria" artificial da empresa, fazendo-a parecer o que não é, servindo essa "volumetria" como cenário atrativo a hipotéticos investidores externos.
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O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, admitiu hoje que o Estado poderá assumir uma posição acionista na TAP no âmbito de uma possível conversão de capital em ações, depois do programa de auxílio estatal à companhia.
"Uma vez terminado esse auxílio de emergência, segue-se o programa de reestruturação, e aí a TAP tentará encontrar novo capital e fazer um programa de reestruturação. Nesse quadro do programa de reestruturação, pode estar também em equação a conversão de parte do empréstimo do Estado em capital, e nesse caso o Estado também ficaria como acionista da TAP", disse João Leão em resposta ao deputado do PCP Duarte Alves no debate sobre o Orçamento Suplementar, referindo-se ao auxílio à TAP já aprovado pela Comissão Europeia.
O Estado (através da Parpública) já detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo de António Costa com o consórcio Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora, e os restantes 5% da empresa estão nas mãos dos trabalhadores.
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