TAP protegida da subida do preço do combustível durante seis meses
A TAP só está protegida do aumento dos preços do combustível (hedging) durante seis meses e a presidente executiva da companhia não descarta uma subida no preço dos bilhetes, com uma avaliação que pode vir a ser feita “rota a rota”.
PUB
Christine Ourmières-Widener diz ainda que com o aumento dos custos da companhia “é ainda mais crítica” a subida nas tarifas.
O cenário está a ser analisado “semanalmente” e a subida do preço dos bilhetes vai depender, também, do que fizer a concorrência, avança a gestora.
PUB
À margem da comemoração do 77.º aniversário da TAP, a presidente executiva disse que a companhia está “a olhar para o que estão a fazer as outras empresas. Queremos ser competitivos e os nossos preços dependem da oferta e da procura em cada mercado”.
Christine Ourmières-Widener disse ainda que há outras soluções para “mitigar o aumento dos custos com o combustível”. Uma pode passar pelo corte da oferta para alguns destinos e nesse caso, o aumento do valor dos bilhetes poderia “não ser global” com a avaliação a ser feita “rota a rota”. Outra solução pode passar pela redução da “disponibilidade de lugares”, sendo esta uma situação “complexa”.
PUB
A gestora diz que “ainda é cedo” para decidir qual a solução, lembrando ainda que há analistas que preveem para o setor um impacto “extremo” mas que “a longo prazo” haverá “estabilidade”.
Já o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, diz apenas que a TAP “funciona num mercado liberalizado” e que “tem uma política de preços igual a todas as companhias aéreas”, ou seja, “tem aviões que têm de ter uma determinada lotação, se eles enchem, permite à TAP praticar melhores preços. É assim que funciona”, remata.
PUB
“Não há interessados privilegiados”
As três companhias aéreas interessadas em investir na TAP mantêm as conversações com o governo. “Temos vários interessados e eles mantém-se interessados, e temos interesse que a TAP não fique sozinha. A TAP é uma companhia aérea muito importante”, frisou o ministro da Habitação e das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
Sem revelar com quantos potenciais interessados o Governo mantém as conversações, quando questionado sobre o alegado interesse da Lufthansa, o ministro diz apenas que “não há parceiros únicos nem privilegiados. Não temos nenhuma relação com um potencial interessado, até para que os potenciais interessados percebam que não estão sozinhos”.
PUB
Já a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, diz que a companhia tem “contratos comerciais com várias companhias” e que a TAP quer “otimizar o retorno”. Por isso, no futuro, a gestora diz estar disponível para “trabalhar com qualquer companhia aérea que queira contribuir para a qualidade do retorno”.
À margem da inauguração da exposição que celebra o 77.º aniversário da TAP, no Museu do Ar, em Sintra, o ministro Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para por de parte a ideia de um atraso no plano de restruturação da companhia por causa da invasão da Rússia à Ucrânia. “Não vejo porque atrase o plano”, respondeu o ministro frisando que a TAP “tem um plano de restruturação fechado em Bruxelas, ponto final”.
Além disso, Pedro Nuno Santos, voltou a sublinhar que o governo não está “obrigado”, pelo plano de restruturação, “a vender a TAP nem uma participação” da companhia aérea, tendo sido esta “uma vitória importante” para o governo porque “dá liberdade ao Estado para poder gerir qualquer processo em relação ao futuro” da companhia bandeira, de forma a melhor servir “o interesse o país e da TAP”.
PUB
Durante o discurso, o ministro disse ainda que a “data podia não estar a ser celebrada” porque “quiseram pôr os aviões da TAP no chão” e que o governo está a “pô-los no ar com muita força”.
Saber mais sobre...
Saber mais TAP Christine Ourmières-Widener Pedro Nuno Santos transportes aviaçãoMais lidas
O Negócios recomenda