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Ex-CEO da Azul a caminho da liderança da TAP

Atlantic Gateway e Estado estão a negociar os próximos órgãos sociais da TAP. Antonoaldo Neves é hipótese defendida por David Neeleman para CEO. Estado gostaria que Fernando Pinto continuasse.

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david neeleman, fernando pinto, tap Sara Matos
19 de Dezembro de 2017 às 22:00

O consórcio Atlantic Gateway e o Governo têm estado em conversações para a escolha dos órgãos sociais da companhia aérea para o próximo mandato de três anos que se inicia em 2018.

Antonoaldo Neves, o ex-CEO da transportadora brasileira Azul que integra já a comissão executiva da TAP, é uma hipótese em cima da mesa para substituir Fernando Pinto na presidência executiva da companhia aérea. O Negócios sabe que essa é a escolha que tem sido defendida junto do Governo por David Neeleman, que integra o consórcio Atlantic Gateway com Humberto Pedrosa e a chinesa Hainan Airlines, que tem 45% da TAP.  Além de falar português e de conhecer o sector da aviação, acresce o argumento da experiência de colocação da Azul em bolsa.

Por seu lado o Estado entende que Fernando Pinto só deve ser sair se for essa a sua vontade. Também Humberto Pedrosa assume que gostaria que o gestor brasileiro se mantivesse no cargo.  Questionado pelo Negócios se via com bons olhos a continuação de Fernando Pinto na liderança na companhia o empresário foi taxativo: "claro que sim". Humberto Pedrosa admite, no entanto, que a solução vai depender dos accionistas e do próprio Fernando Pinto.

O empresário que lidera o grupo Barraqueiro rejeita também a possibilidade de vender a posição que detém na Atlantic Gateway. "Quero manter-me como accionista", declarou.

Pinto remete para os accionistas

"Não é uma decisão minha". Foi assim que Fernando Pinto reagiu esta terça-feira à possibilidade de abandonar a presidência executiva da TAP. O gestor fez esta afirmação durante o tradicional almoço de Natal com a comunicação social realizado na sede da companhia. Contudo, qualquer que seja o cenário futuro, Fernando Pinto deixou uma certeza: "Não quero desligar-me da TAP".

Fernando Pinto lembrou que ingressou na TAP há 17 anos com a missão de privatizar a companhia, um processo que só teve o seu desfecho há dois anos. "Depois pediram-me para continuar no sentido de estabilizar o processo de transição que é hoje uma realidade". Contas feitas foram "15 anos de sobrevivência e dois anos de transição" na liderança da TAP, sublinhou. Fernando Pinto acrescentou que se sente "absolutamente realizado"  com o seu trajecto na TAP e votou a sublinhar que a escolha do futuro CEO depende dos accionistas, admitindo a "aposta em novos talentos". "O que for definido será o melhor para a TAP", reforçou.

A comissão executiva da companhia é actualmente composta por Fernando Pinto, David Pedrosa e Antonoaldo Neves, que este ano deixou a presidência executiva da Azul – companhia fundada por David Neeleman – e substituiu  Trey Urbahn na TAP.

O acordo entre os privados e o Estado na companhia aérea prevê que o presidente do conselho de administração seja nomeado pelo Estado após consulta prévia da Atlantic Gateway e o vice-presidente seja designado pelos accionistas privados. Ficou igualmente definido que a comissão executiva terá três membros, nomeados pelos accionistas privados, sendo o CEO nomeado pela Atlantic Gateway após consulta prévia do Estado.

Com o mandato do conselho de administração a terminar este ano, as  conversações entre os quatro accionistas estão em curso, garantindo fonte próxima do processo que nada está ainda fechado. A decisão final será da assembleia geral, que irá ter lugar nos primeiros meses do próximo ano. 

Voo para a bolsa é uma certeza

A dispersão do capital da TAP em bolsa "é uma questão de tempo", garantiu Fernando Pinto esta terça-feira, durante um almoço de Natal com jornalistas, realizado na sede da companhia. O presidente executivo da transportadora nacional recusou, contudo, fixar um horizonte temporal para a concretização desta operação. Fernando Pinto lembrou o caso da Azul, companhia aérea detida por David Neeleman, que é também accionista da TAP, a qual só conseguiu concretizar a sua entrada em bolsa oito anos após a sua fundação. Fernando Pinto recorreu a Antonoaldo Neves, antigo CEO da Azul e actual administrador da TAP, para justificar o porquê de não se fixar uma data. "Depende das condições de mercado e dos próprios accionistas" declarou Antonoaldo Neves. O agora administrador da TAP, apontando como putativo sucessor de Fernando Pinto, adiantou que o mercado de capitais será mais "uma das alavancas" que permitirá à companhia aérea diversificar as suas fontes de financiamento.

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